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Foto Ismael Soares |
Durante sua estada no Ceará na semana passada, Ben Backwell, CEO da Global Wind, principal entidade empresarial mundial da área da energia eólica, visitou também a gigantesca fábrica cearense da multinacional dinamarquesa Vestas, que produz na cidade de Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza, turbinas eólicas de até 4.5 MW de potência.
Nessa visita, ele e os executivos da Vestas debateram sobre o futuro do setor eólico no Brasil.
A Vestas tem desempenhado um papel fundamental como orquestradora desse ecossistema, trabalhando com diferentes atores da cadeia produtiva para fortalecer a indústria e acelerar a transição energética.
Durante a visita, Pedro Vilela, Public Affairs Manager da Vestas, aprofundou o debate em três pontos críticos que precisam de atenção para que o setor recupere sua força. São eles:
Curtailment e incerteza regulatória – A alta taxa de desperdício de energia renovável (chegando a 20% em alguns casos) e a falta de previsibilidade regulatória afastam os investidores. Regras mais claras e maior transparência são essenciais para garantir a segurança nos investimentos;
Infraestrutura de transmissão – A maior parte da geração eólica está no Nordeste, enquanto o principal consumo ocorre no Sudeste. A expansão das Linhas de Transmissão é crucial para evitar o desperdício de energia, e o próprio tema do curtailmant pode colaborar para minimizar os riscos do mercado;
Planejamento e demanda estável – A cadeia produtiva da energia eólica no Brasil levou décadas para consolidar-se. A Vestas possui mais de 100 fornecedores no país, só na parte de manufatura das turbinas. No entanto, a volatilidade do mercado dificulta investimentos contínuos. A falta de previsibilidade afasta novas fábricas e encarece projetos, como os desenvolvidos na região Sul do país, para os quais o custo de transporte de componentes fabricados no Nordeste torna-se alto.
Além disso, a Vestas organizou um encontro de Ben Backwell com a Secretaria de Relações Internacionais do Ceará, durante o qual discutiram acerca do potencial do mercado e o papel estratégico do Estado nessa jornada.
Vale lembrar que, em agosto do ano passado, a Vestas – que é a maior fabricante mundial de turbinas eólicas – anunciou três grandes iniciativas para fortalecer o setor eólico no Brasil, as quais são as seguintes:
Comunicou aporte de R$ 130 milhões em sua na fábrica de Aquiraz, no Ceará, apoiada pelos parceiros de sua cadeia de suprimentos;
Confirmou a produção nacional da turbina V163, transferindo tecnologia de sucesso nos Estados Unidos para o Brasil, visando aumentar a competitividade de projetos e reduzir o custo da energia;
Lançou um pacote de medidas para impulsionar o mercado, incluindo um Protocolo de Intenções com o Governo do Ceará para a transferência de créditos, com o objetivo de incentivar as empresas geradoras a investirem no desenvolvimento de novos projetos neste Estado.
Com informações do Diário do Nordeste.