
A pandemia de Covid-19 alterou a rotina de muitas pessoas ao redor do mundo. Com a família de Isabel Andrade não foi diferente: o pai, dono de um restaurante construído há 30 anos no bairro Maraponga, em Fortaleza, precisou arcar com a maior parte dos gastos durante o lockdown. Foto Arquivo pessoal
Inicialmente, explica a cearense, acreditavam que o período de isolamento duraria apenas 15 dias — “por isso, fechamos o restaurante e deixamos passar”. Mas os 15 dias viraram 30 e, em seguida, dois anos já tinham se passado.
“Meu pai tentou negociar o aluguel, mas sem sucesso. O delivery não estava sustentando o restaurante e na época ele tinha cerca de 35 funcionários”, relata Isabel ao OPovo. “Assim que fechamos, papai continuou pagando todos”.
Quando o pai, Gilberto Holanda, percebeu “que não havia mais jeito”, fechou o empreendimento e precisou dar a rescisão a todos os funcionários. “Como não havia mais dinheiro, ele vendeu a casa. Claro, não conseguiu arcar com todos os custos de demissão, estragou insumos e afins”, diz.
Com o fim da pandemia, o patriarca tentou reabrir na rua Benjamin Brasil, mas a tentativa “não deu muito movimento”.
“Pela idade avançada do papai, ele ficou com muita dificuldade de fazer essa parte de marketing, que hoje em dia é o essencial. E, pela despesa, não havia como pagar uma pessoa do marketing, nem impulsionar”, explica.
A última decisão de Gilberto Holanda, no entanto, foi a responsável por inspirar a decisão da filha de usar as redes sociais para ajudá-lo: reabrir o restaurante “Costela” na avenida Santos Dumont, vendendo o próprio carro para construir o local.
“Mas não está dando resultado e ele se desesperou, porque, enfim, é a fonte de renda dele e da nossa família”, desabafa.
Com informações do O Povo.