quarta-feira, 19 de março de 2025

Há 5 anos, Ceará decretava o primeiro lockdown para conter o avanço do coronavírus

Foto Barbara Moira
Ruas esvaziadas, higienização de alimentos, estilização de máscaras faciais e até estocagem de papel higiênico. 

Essas foram algumas das medidas adotadas pelos cearenses após o primeiro período de lockdown no Estado, anunciado no dia 18 de março de 2020, pelo então governador do Ceará, Camilo Santana (PT), por meio das redes sociais, há cinco anos.

O Decreto nº33.519, publicado no dia 19, determinava restrição de atividades para promover o isolamento social por dez dias e entrou em vigor no dia posterior. Alguns dias antes, em 16 de março, o Decreto nº 33.510 já havia determinado a situação de emergência em saúde no Estado.

Fechamento de estabelecimentos e suspensão de transporte: o que previa o lockdown

Entre as ações anunciadas estavam a instalação de barreiras nas divisas cearenses e suspensão da circulação dos transportes intermunicipais.

O funcionamento de bares, restaurantes, lanchonetes e congêneres foi suspenso, assim como templos religiosos, museus, cinemas e equipamentos culturais públicos e privados. Serviços de alimentação como restaurantes e lanchonetes poderiam funcionar apenas por delivery.

Farmácias, supermercados e estabelecimentos que prestem serviço de saúde tiveram permissão de funcionamento, assim como serviços considerados essenciais, como padarias, clínicas veterinárias, bancos e funerárias.

“Essas são medidas duras, mas necessárias porque o que está em jogo é a vida das pessoas, é o cuidado que a gente tem que ter com nossos irmãos e irmãs cearenses neste momento difícil que o mundo vive”, afirmou o governador à época, por meio de transmissão nas redes sociais.

Isolamento social: como a população recebeu o anúncio

Antônio Eudes, que atua como segurança privado, relembra vividamente o dia do anúncio do lockdown no Ceará. Ele menciona a preocupação imediata em trazer o filho que fazia faculdade em Natal para casa.

“Quando a gente chegava em casa, tinha todo um ritual, né? Os meus filhos, a minha esposa já deixavam um balde lá com água“, lembra, sobre tomar banho no quintal ao chegar em casa após o trabalho, no qual tinha contato com muitas pessoas.

Ele lembra a redução do convívio social e o uso constante de máscara para evitar infecção. Embora atento ao riscos ele também buscou manter a esperança: “A gente procurava mais aqueles programas que falavam das pessoas que estavam se recuperando para dar esperança, né?“.

Mônica Maria trabalhava como atendente em um supermercado no início da pandemia no Ceará. “Agente trabalha atendendo o público, né? A gente teve que começar a se prevenir, usar muito álcool. Foi um baque para todo mundo da loja, as pessoas que estavam convivendo com a gente“, compartilha.

Com informações do O Povo.