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Foto Shutterstock |
Pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFCE), entre eles, Louhana Rebouças e Thiago Melo, que são mãe e filho, desenvolveram, em conjunto, um repelente contra o mosquito Aedes aegypti até 60% mais barato e capaz de atuar por mais tempo na pele.
O produto foi elaborado com nanotecnologia, utilizando como base óleos de linhaça e de cravo. A inovação utiliza esses óleos para encapsular o butilacetilaminopropionato de etila, um dos três princípios ativos de repentes aprovados e reconhecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) contra o Aedes aegypti — principal transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya.
Segundo a Agência UFC, que divulgou as informações, os repelentes comerciais que usam o butilacetilaminopropionato de etila reúnem, em média, de 10% a 20% do princípio ativo nas composições, garantindo um tempo de ação que varia de 2 horas a 3h. O novo repelente, no entanto, aplica apenas 5% do princípio ativo na fórmula e, ainda assim, consegue um tempo de atuação de 5h30min.
"Considerando os custos somente da matéria-prima, pode haver uma redução entre 50% e 60% do valor do produto", acredita a pesquisadora Louhana Moreira Rebouças — atualmente, servidora técnico-administrativa do IFCE —, uma das responsáveis pelo invento. Ela ressalta apenas que outros custos de transformação também devem ser agregados ao preço final do repelente, mas nada que impeça que o produto seja mais econômico do que os encontrados atualmente nas prateleiras.
Patente
A patente da invenção foi protocolada pelo IFCE de Maracanaú, por resultar de uma pesquisa desenvolvida no instituto pelo filho de Louhana, Thiago Moreira Melo, que teve a mãe como coorientadora. Já a síntese e a caracterização da nanoemulsão foram feitas no Laboratório de Polímeros e Inovação de Materiais da UFC, coordenado pela professora Nágila Ricardo, do Departamento de Química Orgânica e Inorgânica, que orienta Louhana no mestrado e no doutorado.
De acordo com a pesquisadora, é preciso, contudo, testar a eficácia do produto em peles humanas. "A expedição da carta-patente do invento pode ajudar na finalização dos testes in vivo, que podem ser financiados pela indústria cosmética interessada em obter o licenciamento da patente", almeja Louhana.
A patente já foi expedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) e tem a titularidade da UFC e do IFCE. Assinam como inventores: Louhana Rebouças, Nágila Ricardo, Thiago Moreira Melo, Júlio César Rabelo Mesquita Filho, Emília Maria Alves Santos, Caroline de Goes Sampaio e Maria do Socorro Pinheiro da Silva.
Com informações do Diário do Nordeste.