Foto Thiago Gadelha |
Domingo sem galeto não é domingo. A movimentação da cidade comprova: todo mundo sai de casa ou pega o celular para pedir aquele frango assado na brasa, cortado ao meio e acompanhado de baião, farofa e vinagrete. Totalmente sem defeitos. Parte da identidade cearense, o galeto é obrigatório na mesa aos fins de semana, e resguarda detalhes curiosos.
Um deles é o fato de ter origem italiana e conseguir inserção no Brasil a partir das regiões Sul e Sudeste. “No Ceará, passou a fazer parte do cotidiano por ser um prato prático – espécie de fast food – e pelo preço ser atrativo e acessível. O nome dele, por sua vez, se dá por ser um galo jovem de porte pequeno”.
Quem explica é o chef Luiz de França, professor da Escola de Gastronomia Social Ivens Dias Branco. Segundo ele, praticidade, sabor e os acompanhamentos da iguaria justificam o fato de ela ser tão querida, sobretudo aos domingos – quando ninguém quer ir para a cozinha e prefere desfrutar do descanso da semana.
“É um hábito geralmente cultivado aos fins de semana em todo o Estado, mas percebe-se a venda durante a semana também”. O preparo geralmente envolve corte, passagem pelo fogo em brasa num espeto, mais um corte ao meio e preparo de temperos antecessor ao processo de assar – sal e pimenta são os principais insumos.
Na seara das novidades, o chef diz já existirem galetos totalmente desossados ou trinchados. Eles também podem acompanhar batatas rústicas ou maionese de batatas. Engana-se, porém, que o costume é só coisa nossa. Nos Estados do Sul e do Sudeste, o galeto também ganha os domingos, embora seja mais encontrado em padarias.
Para o futuro, Luiz de França acredita que a tradição seguirá firme e forte por ser uma comida prática, barata, de fácil preparo e versátil, capaz de ser utilizada em qualquer ocasião e dia da semana sem deixar de agradar a todos. “O que pode mudar são as apresentações, formato de vendas e acompanhamentos”, observa.
Com informações do Diário do Nordeste.