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O primeiro Natal da pequena Maria Maitê, de quatro meses, não foi exatamente como a mãe, Yanne Mesquita, 33, imaginou. No entanto, mesmo internada em um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por complicações relacionadas à cardiopatia congênita, a bebê recebeu a visita do avô Armando Mesquita, 59, vestido de Papai Noel, nesta última terça-feira, 24.
A tradição começou quando Yanne ainda tinha três anos. A empresária relembra os momentos em que o pai entregava presentes fantasiado não só para ela e para as irmãs, mas também para vizinhos, em ações comunitárias e projetos sociais.
“Ano passado a gente fez uma oração agradecendo e eu falei sobre isso, porque a gente tinha tido uma gravidez ectópica recente. A gente falou que no próximo ano nós estaríamos reunidos, se Deus quisesse, com um bebezinho. Então, desde que a gente soube que a Maitê estava na barriga, criou mais ainda essa expectativa de ver esse momento”, relata.
Duas semanas atrás, em meio a uma alta de casos de Covid-19 no Ceará, Maitê foi infectada pelo vírus e começou a apresentar fortes crises de falta de oxigenação.
A bebê precisou ser internada imediatamente no hospital Unimed Sul, em Fortaleza. Ela passou por uma cirurgia paliativa de correção para a malformação cardíaca chamada de Tetralogia de Fallot.
A condição rara envolve quatro defeitos no coração: comunicação interventricular, estenose da artéria pulmonar, hipertrofia do ventrículo direito e deslocamento da aorta.
Voltar a sorrir
Maitê se recupera bem, já fazendo a retirada de sondas, acessos e o desmame de alguns medicamentos, mas ainda está internada por tempo indefinido e em isolamento. Por isso, para fazer o primeiro Natal da filha mais mágico, Yanne pediu que deixassem o avô visitar a neta vestido de Papai Noel.
“Disseram que achavam que não ia dar certo, porque já ia passar um Papai Noel, o hospital já estava organizando essa campanha, mas a gente foi esperando a resposta. Foi bem difícil, negaram, eu chorei, literalmente, e eles permitiram. A gente conseguiu trazer nossa família para o hospital, para fazer a ceia aqui de uma forma mais simples. E o meu pai já veio vestido para poder fazer esse momento com a neném”, conta.
No momento em que o Papai Noel contratado pelo hospital passou, Maitê dormia. Mas quando o avô chegou ela estava desperta e atenta.
“Foi lindo, foi especial. Ela não chorou, fez foi rir. Desde a cirurgia que ela não ria, ela voltou a sorrir ontem. E isso foi muito significativo, porque a gente estava com muito medo das sequelas e tudo, mas Deus é maravilhoso”, afirma.
Da porta do quarto, Armando acenava e mandava beijos para a neta. “Deus te abençoe, minha princesa, te amo”, dizia para Maitê.
Com informações do O Povo.