sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

Conheça cearenses que lutam pela preservação dos oceanos

Foto Divulgação
“A vida nasceu no oceano e é no oceano que está o nosso futuro”. A constatação é da bióloga Thayná Caiafo, 28 anos, ativista ambiental que, desde 2013, dedica-se à preservação dos ecossistemas marinhos e à luta contra as mudanças climáticas. Moradora de Caucaia, a educadora ambiental é destaque no episódio 5 da série “O Oceano começa aqui”, disponível no Youtube do Diário do Nordeste. 

A trajetória de Thayná teve início com um fato marcante: a morte de uma tartaruga marinha em Fortaleza, que evidenciou a carência de suporte especializado e a necessidade urgente de proteger espécies ameaçadas. Motivada por esse acontecimento, ela fundou o projeto GTAR-Verdeluz e passou a se dedicar a pesquisas e ações de conscientização ambiental. Hoje, Thayná se destaca como integrante do Instituto Verdeluz e advogada no programa Clima de Urgência.

“Esse ano de 2024 tudo caminha pra gente finalizar com 1,5° C acima da temperatura pós-revolução industrial”, alerta a bióloga que luta por políticas públicas que promovam uma transição energética sustentável e justa no Ceará. Ela aponta a necessidade urgente da população fazer o descarte correto do lixo para não prejudicar a vida marinha. “Nosso resíduo chega muito mais longe nos oceanos do que nós mesmos”, observa.
Conexão ancestral

Na Praia da Sabiaguaba, o pescador Roniele Suira, líder da comunidade tradicional da Boca da Barra, inspira pela sabedoria de quem sente uma conexão ancestral com a natureza. “Meu povo ocupa esse território desde o século XIX. Já estamos na sétima geração. A gente chegou aqui muito antes de se chamar Sabiaguaba”, relata o protagonista do episódio 6 da série “O Oceano Começa Aqui”.

Roniele se dedica a conscientizar sobre a pesca sustentável, a valorização dos pescadores artesanais e a proteção das comunidades tradicionais. Ele defende que apoiar essas comunidades é fundamental para a preservação ambiental. “A terra é coletiva, não é individual”, enfatiza, reforçando a necessidade de se pensar coletivamente esse cuidado.

Para Roniele, o mar e os ecossistemas que o cercam – como lagoas, dunas, rios e manguezais – vão além do sustento diário: são alicerces de uma profunda conexão ancestral e cultural. “O dia que não estou no mar, o mar está em mim”, filosofa. Contudo, essa riqueza está ameaçada pela poluição, pelo descarte inadequado de resíduos e pela pressão da especulação imobiliária. 

Em sua luta, Roniele se dedica a conscientizar sobre a pesca sustentável, a valorização dos pescadores artesanais e a proteção das comunidades tradicionais

Com informações do Diário do Nordeste.