Foto Arquivo pessoal |
A jovem cearense Sabrina Gomes, 24 anos, que sofreu uma brusca mudança na cor da pele por conta de tumor raro, precisou abandonar os estudos após receber o diagnóstico para passar pelo tratamento.
Sabrina foi diagnosticada com um timoma, um tumor raro no tórax, que levou ao desenvolvimento da Síndrome de Cushing. Juntos, os dois problemas provocaram a alteração da cor da pele, além de diversos outros problemas como hipertensão, dificuldades respiratórias, insuficiência renal e distúrbios metabólicos.
Quando recebeu o primeiro diagnóstico do timoma, em 2015, Sabrina estava cursando o 9º ano do ensino fundamental. Conforme a família da jovem contou ao g1, por volta do meio do ano ela já precisou abandonar a escola por conta do tumor. Desde então, ela não conseguiu voltar a estudar.
De lá para cá, já são quase dez anos de tratamento. Neste período, Sabrina contabiliza três quimioterapias, radioterapia e cinco cirurgias - a última foi realizada no sábado (2) para desobstruir a traqueia, que estava sendo comprimida pelo tumor, impedindo a jovem de comer e dificultando a respira2ção. Atualmente, o tumor localizado no tórax está com 17 centímetros.
Agora, a equipe médica e a família de Sabrina tentam conseguir o lutécio radiotivo, uma medicação que pode estabilizar e até eliminar o tumor. A família espera há meses receber da Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa) o medicamento, que tem alto custo: em média R$ 32 mil, e ela precisa de quatro doses. (Veja resposta da secretaria mais abaixo)
A esperança da família é que, além de curar a doença, o tratamento permita a Sabrina retomar alguns de seus sonhos. A jovem quer voltar a estudar e cursar Medicina. Além disso, também quer viajar de avião e ir a shows de cantores como Bruno Mars.
"A Sabrina é um exemplo de superação, de resiliência. Resiliência resume a Sabrina, porque ela é uma pessoa muito, extremamente positiva", descreveu Vanessa Ívina, prima da jovem.
Jovem tem tumor raro
O tumor no tórax de Sabrina produz um hormônio chamado ACTH. Este hormônio já é naturalmente produzido pelo corpo humano para regular diversas funções do organismo. Mas, por conta do tumor, o organismo de Sabrina o produz em excesso.
Essa alta quantidade de ACTH fez com que as as chamadas glândulas adrenais produzissem, também em excesso, o cortisol. O cortisol é responsável, entre outras coisas, por regular os níveis de açúcar no sangue e fortalecer o sistema imunológico.
O excesso de cortisol, porém, causa problemas como hipertensão arterial, acúmulo de gordura, fadiga, dificuldade de cicatrização, entre outros sintomas.
Foi este cenário do tumor produzindo ACTH, que levou à hiperprodução de cortisol, que fez a jovem desenvolver a Síndrome de Cushing.
"Não é todo tumor que produz hormônio. O mais comum é não produzir, por isso que são entidades raras", explica a médica endocrinologista Ana Rosa Quidute, do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), que acompanha o caso de Sabrina.
Ela contou que, quando Sabrina começou a ser atendida no HUWC, o mais urgente foi estabilizar os níveis hormonais do organismo dela, que tinha desenvolvido a Síndrome de Cushing.
"Então, apesar dessa paciente ter um tumor, a gente tem que tratar rapidamente esse excesso hormonal, porque se você não trata o excesso hormonal, ele [paciente] morre primeiro do excesso hormonal que até do próprio tumor", explicou.
Com informações do G1 Ceará.