Foto Jornal A Praça |
O colorido das embalagens plásticas e a cor das vestimentas assim como o próprio catador são encobertos pelo cinza da fumaça que toma conta do lixão de Iguatu, local onde são descartados os resíduos produzidos pela cidade.
O lixão fica no bairro Chapadinha, às margens da CE 282. Por lá mais de 60 pessoas tiram o sustento de suas famílias fazendo a coleta de materiais recicláveis.
Esse é o cenário escolhido pelo fotógrafo Alan Marcel para os registros de seu mais recente trabalho que compõe a exposição ‘Reconstruindo histórias e colhendo pedaços esquecidos’.
A realização da exposição é uma parceria entre o Centro Cultural Banco do Nordeste Cariri com o Sistema Fecomércio, através do SESC Iguatu. As imagens estão expostas ao público até o final deste mês.
Entre tantos registros, alguns acabam despertando a curiosidade mostrando um pouco da realidade daquele lugar. O grande urso amarelo, personagem de história infantil, expressa um olhar triste, dependurado como uma ornamentação em uma das barracas que serve de depósito. “Fui ao lixão duas vezes.
Foi bom. São pessoas carismáticas, que quando você fala com elas, abrem um sorriso e os braços. Então foi supertranquilo, fiz amizade com Xuxa, catadora da nossa cidade, bem conhecida. A gente se divertiu bastante. Eu consegui fazer vários registros dela na rua”, contou.
Alan demostra também sua indignação por ainda nesse período pessoas fazendo um trabalho importante, mas de forma insalubre, sem qualquer tipo de proteção. “É inadmissível ver essa situação, pessoas trabalhando sem nenhum cuidado, sem nenhum olhar das autoridades maiores, sem poder ter algo para o futuro, sem ter uma renda, uma garantia de aposentadoria”, pontuou Marcel. “O objetivo foi despertar o olhar para essas pessoas que catam lixo da nossa cidade, são pessoas que geralmente a população não enxerga. Estão nas grandes avenidas, nos bairros, no centro da cidade, nos bares, nas esquinas e ninguém percebe elas.
Então eu quis dar um olhar diferenciado para essas no seu dia a dia, no seu momento de catar o seu ganha pão”.
Com informações do Jornal A Praça.