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O número de candidaturas de travestis e transexuais do Ceará deu um salto desde 2020, passando de 6 para 18, conforme o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O levantamento feito pelo PontoPoder considera registros com uso do nome social, aquele que pessoas transgênero adotam cotidianamente, refletindo a identidade de gênero.
Das 18 candidaturas, apenas uma é de uma candidata a prefeita. A professora da rede pública estadual Sued Carvalho (UP) é estreante nas disputas majoritárias. Ela é a primeira mulher trans que tenta chegar ao comando da Prefeitura de Juazeiro do Norte, no Cariri. A postulante concorre contra três candidatos: Glêdson Bezerra (Podemos) — que disputa a reeleição —, Fernando Santana (PT) e Lino Alves (PCO).
Espaço nas câmaras municipais
Já nas disputas por vagas nas câmaras municipais de vereadores há uma presença maior de candidaturas de travestis e transexuais. Ao todo, foram registrados 17 postulantes cearenses no pleito proporcional. Em Aracati, Camocim e Tianguá há duas candidaturas que adotam nomes sociais. Aquiraz, Aracoiaba, Assaré, Banabuiú, Baturité, Beberibe, Iracema, Itaiçaba, Itapiúna, Pacoti e Ubajara completam a lista, cada uma com um postulante.
Diretora da seção Nordeste da Rede Trans Brasil, Samilla Marques atribui esse crescimento a uma “resposta da população trans aos retrocessos”.
“A população trans entendeu que esse é o momento de se organizar, se defender e ocupar esses espaços. Temos inspiração a partir das deputadas Erika Hilton e Duda Salabert e da vereadora Thabatta Pimenta (de Carnaúba dos Dantas, no Rio Grande do Norte). Então, essa é uma forma da população trans se organizar para barrar pautas que retiram nossos direitos”, afirma.
Com informações do Diário do Nordeste.