domingo, 8 de setembro de 2024

Alunos de escola cearense desenvolvem óculos que ajudam pessoas com deficiência visual a ler textos impressos

Fofo Arquivo pessoal 
Com a aplicação da ciência e da tecnologia, objetos simples como um par de óculos, um microfone e uma câmera podem levar a um grande avanço no acesso às informações para pessoas com deficiência visual. A ideia de facilitar a leitura de textos impressos com a visão computacional tem sido desenvolvida por alunos de uma escola pública na cidade de Itaitinga, na região metropolitana de Fortaleza.

O projeto E-Vision: Transformando a Educação com Tecnologia Inclusiva conta com oito alunos que cursam o 2º ano do Ensino Médio na Escola Estadual de Educação Profissional Professor Francisco Aristóteles de Sousa.

A iniciativa é semifinalista na premiação Solve For Tomorrow Brazil, que seleciona ideias inovadoras desenvolvidas nas escolas públicas (ver abaixo).

Com o protótipo do E-Vision, os alunos buscam apresentar uma solução prática para diminuir barreiras encontradas por pessoas com deficiências nos ambientes educacionais.

Como funciona o E-Vision:

O protótipo do E-Vision consiste em um par de óculos com câmera e microfone acoplados.

A partir de um comando de voz do usuário, ele aciona uma assistente virtual.

A câmera faz a captura do texto à frente do usuário, com conteúdo que será descrito pela assistente virtual para que o usuário possa escutar.

Para desenvolver o protótipo, os alunos contaram com a orientação do professor Rodrigo Castro, que coordena a Base Técnica de Tecnologia da Informação na escola. Os estudantes envolvidos no projeto integram o Curso Técnico em Redes de Computadores.

A unidade oferece educação em tempo integral e alia o ensino médio à formação profissional de nível técnico, qualificando os jovens para ingressar no mercado de trabalho e para concorrer a vagas nas universidades.

No projeto, os alunos são estimulados a conhecer e dominar tecnologias existentes, como a visão computacional e a inteligência artificial.

Os estudantes que representam o projeto são: Ana Caroline de Sousa Bandeira, Francisca Diana Bessa Ferrer, Jadson Araújo da Silva, Kayane Oliveira Almeida, Maria Alice Magalhães Lima, Maria Clara Barbosa de Sousa, Sophia Lara da Silva Martins e Victor Gabriel Ferreira Lima.

Conforme o professor Rodrigo Castro, o primeiro objetivo era desenvolver o E-Vision para a leitura de textos impressos nos materiais didáticos no ambiente da escola. Em seguida, veio a ideia de auxiliar também com a descrição de imagens que estão perto do usuário.

Com a nova função, a assistente virtual Ivi descreve as características da imagem capturada pela câmera. Para isso, o usuário precisa solicitar a leitura por comando de voz. Cores, formas e informações sobre os objetos são elementos presentes na descrição.

“Em seis meses, o nosso protótipo evoluiu da captura de texto para criar outras possibilidades para que o deficiente possa ter mais liberdade de conhecer, de entender, de vivenciar. Além da leitura do texto e da captura de ambientes, ele faz leitura de objetos”, explica Rodrigo Castro.

Com informações do G1 Ceará.