segunda-feira, 19 de agosto de 2024

Violeiros mantêm a tradição de fazer cantoria na feira livre de Iguatu

Foto Jornal A Praça 
Pelos menos um sábado, no início do mês, os poetas Carlos Vieira e Zé Viana estão na feira livre da cidade de Iguatu.

Eles levam para o público a cultura do repente, o verso de improviso ao som de suas violas afinadas. Diferente de antigamente quando não havia aparelhagem de som, e os cantadores tinham que usar muito a voz, hoje, a tecnologia ajuda e muito como conta o poeta Carlos Vieira. “Antigamente, os cantadores cantavam em cima de uma mesa para serem ouvidos e vistos pelo público. Mas, hoje está bem melhor, a tecnologia ajuda muito a gente, a viola é ligada no cabo na caixa de som, já o microfone faz com que a gente não force muito a voz. E assim é só aumentar o volume que a gente é ouvido de longe pelo público”.

E não demora muito para que o público apreciador ou não dos versos e rimas de improviso se aproxime dos artistas. Quem vai passando dá uma parada rápida, escuta um pouco, acha até graça, bate palmas e segue o caminho. Mas, o melhor é quando deixam alguma ‘nota’ na bandeja. 

Aí os poetas ficam mais animados. “Tem gente que diz que isso não era mais para existir, era para ter contrato, tipo com artista, banda. Mas não, a gente mantém essa tradição de deixar a bandeja porque é daqui que a gente ganha uma renda que ajuda em casa. A gente vai vivendo de outras coisas. Infelizmente não dá para viver só dessa arte. Mas têm grandes nomes da nossa categoria que vivem bem, conseguiram crescer nessa arte”, comenta Vieira.

Entre um verso e outro, os cantadores vão cantando e contando histórias. “A gente tem que se atualizar todos os dias, escutar rádio, assistir jornal, mas hoje a internet ajuda muito. É bem mais fácil pra gente falar do mundo. O que acontece do outro lado do mundo, não demora muito e a gente já está sabendo por aqui e assim vai. O cantador fala de tudo”, comentou o experiente repentistas Zé

Com informações do Jornal A Praça.