domingo, 5 de maio de 2024

Atriz trans cearense abre vaquinha para representar filme em Cannes

Foto Diario do Nordeste 
“A arte para mim sempre foi um lugar distante. Desde a minha infância, nunca pensei que poderia acessá-la de alguma forma”, reflete Jupyra Carvalho. A cearense, no entanto, terá no mês de maio um contexto especial da carreira artística, com as estreias de dois longas-metragens e o desejo forte e coletivo de poder ser uma das representantes do longa cearense “Motel Destino”, do cearense Karim Aïnouz, no Festival de Cannes.

Para conseguir este importante acesso simbólico e concreto à estreia mundial da produção e ao evento francês — que pela primeira vez traz um longa do Estado na competição principal —, um financiamento coletivo foi lançado em prol da presença da artista no festival. A meta da “vaquinha” é arrecadar R$ 12 mil até o início do festival, em 14 de maio.

FORMAÇÃO NO CUCA E RELAÇÃO COM AUDIOVISUAL

A experiência em “Motel Destino” é uma das primeiras da atriz no audiovisual. Formada em Teatro pela Universidade Estadual do Ceará, ela tem trajetória em diferentes espetáculos e projetos, além de atuar como produtora cultural e audiodescritora.

O estopim da relação de Jupyra com a arte, inicialmente “distante”, foi na adolescência, quando ela se interessa por teatro como forma de lidar com a timidez e a expressão em público.

“Hoje, quando olho para trás, percebo motivos para isso de forma mais clara: era também uma questão de gênero, uma vergonha de se colocar para o mundo”, aponta.

Foi no Cuca Barra, equipamento da Prefeitura de Fortaleza, que a então adolescente começou a ter contato com as artes cênicas. “Ele foi pra mim uma grande escola. Vale ressaltar a importância do equipamento para dar esse primeiro acesso artístico a jovens das periferias”, destaca.

Com informações do Diário do Nordeste.