sexta-feira, 5 de abril de 2024

Prefeito de Iguatu é vaiado ao lado de Lula, com reflexos da briga eleitoral que tem PT na oposição

.Foto Kid Júnior
Em evento do Governo Federal em Iguatu, nesta sexta-feira (5), o prefeito da cidade, Ednaldo Lavor (PSD), foi vaiado reiteradas vezes por populares que acompanharam a agenda. Na ocasião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ministros de Estado acompanharam a assinatura da ordem de serviço do Ramal do Salgado e visitaram obras da Transnordestina

No discurso, Ednaldo lembrou que recebeu o presidente no município nas três visitas feitas por Lula. "Isso nos honra muito por ser eleitor dele e por trazer todas essas autoridades para o nosso município", disse o prefeito sob vaias. Ele também fez um pedido, ainda, para o Planalto instalar um porto seco na região Centro-Sul.

O gestor foi defendido no palco por Tufi Daher, diretor da Transnordestina Logística, em saudação. "O prefeito de Iguatu, quero saudá-lo. Merece a saudação, me desculpem, mas merece a saudação. Respeitando as autoridades, como eu aprendi com o sr. (apontando para Lula) nos palanques", declarou.

A poucos meses das eleições municipais, o clima tem esquentado em Iguatu. Em contraste com a recepção de Ednaldo, parte do público ecoou apoio ao deputado estadual Agenor Neto (MDB) e ao seu filho, Ilo Neto, recém-filiado ao PT, que deve rivalizar com o grupo político do atual prefeito em outubro, nas urnas.

A simples presença em Iguatu do líder máximo do PT, partido que está no centro de rompimentos e migrações no município, intensifica essa dinâmica. Registros nas redes sociais mostram Ilo ao lado de lideranças de mandato com acenos eleitorais. Em postagem no Instagram, o deputado estadual Romeu Aldigueri (PDT), líder do governo Elmano de Freitas (PT), chamou-lhe de “futuro prefeito”, ao lado dos também deputados De Assis Diniz (PT), Júlio César Filho (PT) e Antônio Granja (PDT).

Apesar disso, lideranças e pré-candidatos diversos de Iguatu tiveram espaço na saudação do governador Elmano em discurso. Além de Ednaldo, de Agenor e de Ilo, foi citado o deputado estadual Marcos Sobreira (PDT), rival dos dois últimos no município.

'PERSEGUIÇÃO'

Ednaldo Lavor não é candidato à Prefeitura, como Ilo, já que completa seu segundo mandato no Executivo. Contudo, ele participa ativamente do processo de escolha de um(a) sucessor(a), definição que ainda não foi fechada.

Ao Diário do Nordeste, o prefeito disse que a rejeição do público, nesta sexta, foi resultado de "perseguição" política e obra de apoiadores de Agenor Neto, que teriam sido convocados para hostilizar o gestor no evento institucional.

"Sua dificuldade em aceitar o resultado das últimas eleições, em que a população expressou claramente sua escolha, demonstra uma recusa em respeitar a essência da democracia: a vontade do povo. Apesar da decisão popular, que me elegeu, o Agenor Neto optou por iniciar uma perseguição judicial, afastando-me do cargo por 14 meses, uma ação que vai contra o espírito democrático de aceitar e respeitar os resultados eleitorais", comentou.

"Isso é lamentável. Eu fui convidado pelo gabinete do presidente Lula, que sempre apoiei e vou quantas vezes me chamarem. Eu tenho a satisfação de ser o único prefeito da região Centro-Sul que recebeu o presidente Lula por três vezes em nosso município. [...] Eu não vou entrar nesse joguinho dele (Agenor). Eu vou defender o meu povo", afirmou Ednaldo

Com informações do Diário do Nordeste.