Foto Natinho Rodrigues |
O Sistema Penitenciário cearense soma a fuga de 186 presos, de 2019 para cá (cinco anos e três meses), desde a criação da Secretaria da Administração Penitenciária do Ceará (SAP) - que depois recebeu o acréscimo do termo 'Ressocialização'. Entretanto, 74,1% dos fugitivos (138 detentos) foram recapturados, segundo dados da Pasta.
Outros 8 fugitivos (4,3% do total) morreram nas ruas por situações diversas, conforme a SAP - o que pode incluir morte em decorrência de intervenção policial ou assassinato. Enquanto 40 fugitivos (21,5%) continuam foragidos.
133 fugitivos, nesses seis anos, se aproveitaram da condição de praticar atividades de ressocialização, como cursos, aulas ou atividades laborais, para deixarem as unidades penitenciárias ilegalmente. Esse número representa 71,5% do total de fugas.
Ainda assim, conforme a Secretaria, os números de fugas nos últimos anos são bem inferiores ao período de 2015 a 2018, quando as unidades penitenciárias eram geridas pela extinta Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus): em quatro anos, 3.117 internos fugiram dos presídios. A SAP afirma que não há dados catalogados de recapturas, daquele período.
O ano de 2016 teve a maior série de rebeliões da história do Sistema Penitenciário cearense, após a deflagração de uma greve dos agentes penitenciários. Centenas de presos aproveitaram para fugir. E pelo menos 18 detentos morreram nas Casas de Privação Provisória de Liberdade (CPPLs), no Complexo Penitenciário de Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), entre os dias 20 e 23 de maio daquele ano. Agentes responderam a investigações criminais e administrativas, por serem responsáveis pela greve e pelas suas consequências.
Os nomes e as fotografias dos fugitivos são divulgados pelo site da SAP, que também incentiva a denúncia de pessoas que têm informações sobre a localização dos foragidos, através do número (85) 98838-4522 - que também é WhatsApp.
O Sindicato dos Policiais Penais e Servidores do Sistema Penitenciário do Ceará (Sindppen-CE) registra um número diferente e maior de fugas, nos últimos anos. Segundo o Órgão, as unidades penitenciárias cearenses tiveram 233 fugas, de 2019 para cá.
O vice-presidente do Sindppen-CE, Daniel Mendes, afirma que "fuga nunca é satisfatória para policial penal". "Trabalhamos para ter zero fuga. Apesar de o número de fugas ter diminuído de 2015 a 2018 para 2019 a hoje, a gente tem que entender o contexto", acrescenta o servidor, ao destacar que o orçamento da SAP dobrou em relação ao orçamento da Sejus e a nova Pasta ainda recebeu o reforço do Fundo Penitenciário.
Com informações do Diário do Nordeste