sexta-feira, 28 de julho de 2023

Mulheres do Ceará usam algas marinhas para produzir de shampoo a pizza e previnem extinção do recurso

Foto Ismael Soares
O cenário era sagrado: enquanto pescadores se lançavam ao mar da Praia de Barrinha, em Icapuí, no Ceará, crianças e jovens se agachavam na faixa de areia apanhando “capim”. Anos depois, passariam a chamá-lo de alga marinha – e a transformariam em cosméticos, alimentos (veja receitas abaixo) e fonte de autonomia.

As meninas, hoje, são adultas, e compõem um projeto que contribui para preservar os recursos naturais das praias e conferir maior autonomia financeira às famílias: é o “Mulheres de Corpo & Alga”, fundado há mais de 20 anos.

Na 8ª e última reportagem da série Ceará, Rotas de Amar, visitamos a sede do projeto para ouvir as histórias das mulheres e descobrir as dezenas de receitas que podem ser preparadas à base de algas marinhas.

O especial multimídia integra o projeto Praia é Vida, promovido pelo Sistema Verdes Mares com foco na valorização e na sustentabilidade desse meio indispensável para múltiplas formas de vida.

“MUDOU NOSSA FORMA DE VIVER”

Quando catava as algas para vender o quilo a um real, durante as férias na praia, Aldneide Silva, 41, nem imaginava que a mesma quantidade valeria, hoje, R$ 200. “A gente nem sabia pra que servia, vendia pra atravessadores. Aí descobrimos que uma empresa pegava essa alga e extraía o ágar-ágar, que é caríssimo”, relembra.

Era meados de 2000 e “as algas já estavam desaparecendo”. O tapete preto avermelhado que antes cobria as areias rareava. “Foi quando a Fundação Brasil Cidadão chegou junto e propôs as técnicas de cultivo e manejo sustentável”, explica Aldneide.

Com informações do Diário do Nordeste.