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O município de Catarina, localizado a 394 quilômetros de Fortaleza, teve proporcionalmente a maior redução populacional do Brasil, segundo o Censo 2022 do IBGE. Conforme os dados divulgados pelo instituto, entre 2010 e 2022, a cidade perdeu quase metade da população: a redução foi 45,25%.
Em 2010, o município do Sertão dos Inhamuns tinha 18.705 habitantes. Em 2022, conforme o recenseamento, o número de habitantes caiu para 10.243. Portanto, no período de 12 anos, a cidade perdeu cerca de 8.462 moradores.
Apesar de Catarina ter proporcionalmente a maior queda populacional do Brasil, o município não teve a maior queda de população do Ceará em termos absolutos. Neste período, a cidade que mais perdeu habitantes foi Fortaleza: em 12 anos, a capital do Ceará perdeu 31.034 habitantes, segundo dados do IBGE. Ainda assim, Fortaleza superou Salvador e se tornou a 4ª cidade mais populosa do Brasil.
As estimativas populacionais do IBGE são acompanhadas com atenção pelas prefeituras de todos os municípios do Brasil porque o número de moradores de cada cidade é utilizado no cálculo do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), uma das principais formas de transferência de recursos financeiros da União para as cidades.
Com a queda da população, portanto, os municípios podem perder dinheiro do FPM. Do mesmo modo, com o aumento, o repasse pode subir. O g1 entrou em contato com a Prefeitura de Catarina para comentar os resultados do censo, e foi informado que o município, por ora, não vai se pronunciar.
A prefeitura também apontou que este acompanhamento das variações do Censo 2022, bem como qualquer questionamento judicial sobre os resultados, será conduzido pela Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece).
Em conversa com a reportagem, no entanto, um funcionário da administração municipal de Catarina pontuou que, apesar da redução populacional anunciada pelo IBGE, o município não notou, nos últimos anos, nenhuma redução de demanda nos serviços prestados à população.
O advogado Lincoln Diniz, do departamento jurídico da Aprece, explica que após a divulgação oficial pelo IBGE, os gestores dos municípios cearenses vão se reunir para analisar os dados. "O nosso presidente, Júlio Castro, vai conversar com os gestores, analisar esses dados, apresentar os dados para saber se eles realmente condizem com a realidade dos seus municípios, e vamos aqui analisar a parte legal para contestar, auxiliar que os municípios possam contestar", detalha.
Com informações do G1 Ceará.