quarta-feira, 7 de junho de 2023

3 milhões de cearenses estão inadimplentes; veja quem pode ser beneficiado com o programa Desenrola

.Foto Camila Lima
Cerca de um terço dos consumidores cearenses estão com o “nome sujo na praça”, considerando que, de acordo com o Serasa, o Ceará possui 3,1 milhões com dívidas em atraso e que o mais recente número de habitantes no Estado estimado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é de 9,2 milhões

Desse total, os que tiverem até R$ 5 mil em dívidas atrasadas e renda mensal de até dois salários mínimos terão a oportunidade de “limpar o nome” a partir do “Desenrola”, programa de renegociação de dívidas para pessoas físicas anunciado na última segunda-feira (5) pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

O vice-presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Ceará (Fecomércio-CE), Cid Alves, destaca que a maior parte dos inadimplentes no Estado possuem dívidas até esse teto. Para ele, o programa é “providencial” para a retomada da economia, uma vez que resgata para o mercado de consumo pessoas com o “nome sujo”.

“É muito importante nessa retomada, principalmente em um momento em que é preciso muito cuidado com a macroeconomia”, diz Alves.

Juntos, esses mais de três milhões de inadimplentes no Ceará possuem 10,7 milhões de dívidas em atraso, totalizando R$ 12,1 bilhões. De acordo com a Serasa, cada devedor possui, em média, R$ 3,8 mil em atraso. Já o tíquete médio por dívida (o valor médio de cada débito) é de R$ 1,1 mil.

A maior parte das dívidas dos cearenses que estão em inadimplência se refere aos bancos ou cartões de crédito (32,8%).

ADESÃO DE EMPRESAS E PERDÃO DE DÍVIDAS DE ATÉ R$ 100

As renegociações serão possíveis a partir da adesão das instituições financeiras ao programa. De acordo com Haddad, as empresas credoras que aceitarem participar do programa deverão perdoar “automaticamente” dívidas de até R$ 100,00. O ministro afirmou que 1,5 milhão de brasileiros se enquadram nessa situação.

O ministro também disse que bancos privados e públicos foram consultados sobre o programa e que a previsão do Governo Federal é que o setor faça parte do "Desenrola".

Em nota, o presidente da Febraban, Isaac Sidney, disse que o desenho do programa está “em linha com as tratativas feitas nos últimos meses em conjunto pelo governo federal e a Febraban”. “Quando entrar em operação, os bancos darão sua contribuição para que o 'Desenrola' reduza o número de consumidores negativados e ajude milhões de cidadãos a diminuírem suas dívidas”, pontuou.

Com informações do Diário do Nordeste.