Foto Wandenberg Belém |
O bioma Caatinga perdeu mais de 10% da sua vegetação nativa nos últimos 37 anos. Este índice, que expressa preocupação de ambientalistas, reforça a fragilidade ambiental que se acentua ao longo dos últimos anos, deixando o bioma suscetível a ameaças diversas. Uma dessas ameaças se reflete no avanço na área de pastagem.
Em quase 4 décadas, o Ceará viu um processo antagônico preocupante. Ao passo em que o Estado teve sua área de vegetação nativa retraída, as áreas de pastagens avançaram em 322%. O quantitativo é 25 vezes maior que o índice nacional quando, no Brasil, a perda da vegetação nativa foi de 13,1%
O levantamento foi realizado pelo MapBiomas. O Instituto mapeou a cobertura e uso da terra entre 1985 e 2021 em todos os estados do Nordeste desse bioma que é exclusivamente brasileiro. O Maranhão é o único dos 9 estados nordestinos que não entra no levantamento. O MapBiomas utiliza em seus recortes a nova divisão dos Biomas produzida pelo IBGE, onde o bioma Caatinga não alcança o Maranhão
Presenciar de forma sistemática essa redução das áreas nativas é razão imperativa para se ligar o alerta. O coordenador do MapBiomas Caatinga, Washington Rocha, reflete que a substituição dessas áreas por pastagem, combinada com aumento da aridez, "constituem gatilhos para instalação da desertificação".
O especialista explica que é preciso romper um clico histórico e cultural para reverter este cenário degradante.
"O desmatamento sistemático para abertura de novas frentes de pastagem é fruto da cultura expansionista e da falta de assistência rural para orientar os produtores sobre práticas e manejo adequado e ambientalmente sustentáveis. Isso é um processo histórico de colonização, pouco modificado no cenário atual", critica.
Com informações do Diário do Nordeste.