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| Foto Nílton Alves |
Depois de décadas de uma pausa forçada pela chegada de uma praga que dizimou as lavouras, a cultura do algodão retoma no Estado. Com cerca de 4 mil hectares plantados, o segmento deve gerar cerca de 4 mil empregos e movimentar até R$ 60 milhões em retorno financeiro aos produtores neste ano.
Os dados notórios são apontados pelo presidente da Associação dos Produtores de Algodão do Estado do Ceará (Apaece), Airton Carneiro. O empresário ainda estima que a área plantada de algodão cresça para 10 mil hectares nos próximos dois anos, o que elevaria o número de vagas para 10 mil e o faturamento para R$ 150 milhões.
O volume movimentado varia de acordo com o porte da produção. No caso da agricultura familiar, a produtividade gira em torno de 120 a 130 arrobas de algodão por hectare, gerando cerca de R$ 7,8 mil de faturamento bruto.
Já para as médias e grandes plantações, é possível alcançar, no Ceará, até 250 arrobas por hectare, o equivalente a R$ 15 mil de retorno financeiro por hectare.
Carneiro lembra que em meados de 2015 foi criado o programa que visava proporcionar a volta do plantio do algodão no Estado, impossibilitado durante anos devido ao bicudo, inseto com alta capacidade de dizimar as colheitas, e à falta de tecnologia.
Em parceria com o Governo do Estado, a Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará (Faec), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), e outros, iniciaram pesquisas para definir as melhores sementes, extratos, defensivos, técnicas e tecnologias para propiciar um novo patamar de produtividade e a convivência com o bicudo.
Além das condições técnicas, a alta no preço do algodão nos últimos anos é um dos principais incentivadores do projeto.
Carneiro explica que os países em geral não conseguem produzir alimentos suficientes para a própria população e que as áreas de algodão passaram a dar lugar aos itens alimentícios como tentativa de suprir essa necessidade.
Dessa forma, a produção de algodão caiu no mundo, puxando os preços a patamares recordes.
"O segundo tecido mais usado no mundo é sintético, produzido com petróleo. Com a crise do petróleo e a tendência mundial de desuso de combustíveis fósseis, a busca por algodão deve continuar em uma ascendente", afirma.
Com informações do Diário do Nordeste.
