terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Confira quantos agentes de segurança pública não se vacinaram contra o coronavirus no Ceará

A categoria dos agentes de segurança pública aderiu quase por completo à vacinação contra a Covid-19 no Ceará. Conforme dados apresentados pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), apenas 208 profissionais que atuam nas vinculadas da Pasta - dentro de um efetivo total de 24.440 servidores - não tomou nenhuma dose das vacinas. Isso representa cerca de 0,8% do número total.

A SSPDS ressalta que, entre os agentes não vacinados, estão pessoas que apresentaram restrições médicas para receberem os imunizantes, mas o quantitativo não foi detalhado pela Pasta.

Em contrapartida, 24.232 agentes (ou 99,1% do efetivo) receberam ao menos a primeira dose do imunizante. 21.249 servidores (86,9% do total) também receberam a segunda dose. Enquanto a quantidade de agentes vacinados pela terceira dose ainda não foi calculada pela Secretaria.

Os números incluem os efetivos das polícias Civil (PCCE) e Militar do Ceará (PMCE), Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE), Perícia Forense do Ceará (Pefoce), Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará (Aesp) e Superintendência de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública (Supesp).

Nas ruas ou em locais de trabalho como as delegacias e os quartéis, os agentes de segurança pública não pararam de trabalhar no Ceará, desde o início da pandemia de Covid-19, em março de 2020. A categoria sofreu com mortes de colegas, em decorrência da contaminação com o vírus, e foi desfalcada seguidas vezes por surtos da doença. Os policiais acabaram incluídos entre os grupos prioritários para a vacinação e começaram a receber os imunizantes no dia 11 de abril de 2021, no Ceará.

A epidemiologista, virologista e professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), Caroline Gurgel, avalia que o número de agentes de segurança pública não vacinados no Ceará "é uma quantidade muito pequena e aceitável" e pondera que "quando se fala de vacinação, nem todo mundo vai conseguir se vacinar, por motivos diversos, principalmente por ter algum tipo de doença, alguma reação alérgica já conhecida".

Segundo a médica, "quando a gente fala de uma cobertura vacinal, segundo a própria OMS (Organização Mundial da Saúde), o mínimo é de 80% de cobertura para que a gente fale de 'imunização de rebanho'". Entretanto, as poucas pessoas que não receberam os imunizantes continuam em risco.

Então, essas pessoas que não se vacinaram, tem que ver as condíções clínicas delas, para ver se podem estar nas ruas, ou se podem ficar em escritórios, para não se infectarem. Como essa variante Ômicron é altamente transmissível, mesmo vacinada, uma quantidade enorme de pessoas está adoecendo. Mas esse adoecimento não é grave. Quem está se hospitalizando e indo a óbito, a grande maioria é de pessoas que não receberam a vacina."

Caroline Gurgel

Epidemiologista e virologista

Caroline Gurgel ressalta a importância dos agentes de segurança continuarem a tomar certos cuidados com a Covid-19, como utilizar máscaras PFF2 ou N95 (mais eficazes para evitar a contaminação com a Ômicron) e evitar contato com pessoas doentes. E sugere que as Forças de Segurança levem as vacinas para os locais de trabalho, como as delegacias e os quartéis, para completar a imunização dos profissionais.

Apesar de poucos agentes de segurança não terem se vacinado, a epidemiologista alerta que muitos ainda não tomaram a segunda dose: "Às vezes as pessoas têm medo ou uma dificuldade de locomoção para tomar a segunda dose. Uma estratégia é levar para dentro dos postos policiais e vaciná-los. Acredito que a adesão seria maior que esperando o profissional se deslocar. Somente com a primeira dose, o número está alto".

Com informações do Diário do Nordeste.