quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Consumo de carne vermelha cai 22% nos supermercados cearenses; aves e ovos ganham espaço

A elevação brutal nos preços da carne vermelha abriu espaço para que o ovo fosse a proteína a marcar presença no prato dos cearenses ao longo de 2021. De acordo com a Associação Cearense de Supermercados (Acesu), o consumo do produto caiu 22% na comparação com o ano de 2020. Paralelamente, o de ovos teve alta de cerca de 10% no período.

Segundo dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),

a produção de ovos de galinha no Estado chegou a 58,3 milhões de dúzias no 3º trimestre de 2021 e alcançou um novo recorde.

O Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas de Fortaleza (Sindicarnes) também observou uma procura mais tímida pela carne vermelha.

Segundo o presidente da entidade, Everton Silva, houve queda de 15% no ano passado em relação ao anterior. “O consumidor que comprava antes 10kg da picanha, da alcatra, do patinho e do contrafilé passou a comprar só 5kg”, explica.

“Os outros 5kg foram para outras mais baratas, como o lombo, a costelinha, o acém, o músculo”, avalia, acrescentando que isso é fruto da combinação da elevação dos preços da carne com a corrosão na renda provocada pelos efeitos da pandemia e inflação considerável nos outros alimentos.

“As carnes de primeira, como a picanha, a maminha, o filé, foram as que mais sofreram com a queda no consumo. A carne subiu, mas os rendimentos das pessoas não acompanharam essa alta. Toda a alimentação ficou mais cara, então por isso houve essa queda. O poder aquisitivo foi corroído”, diz Everton Silva.

Se nos frigoríficos as carnes de segunda são uma alternativa, nos supermercados o ovo virou a estrela da lista de compras. O presidente da Acesu, Nidovando Pinheiro, explica que nem mesmo os frangos tiveram um desempenho tão bom.

“Os ovos tiveram um acréscimo acima de 10%. Em relação ao frango, como também foi um produto que teve elevação de preços, o consumo em 2021 ficou relativamente equiparado com o de 2020, com um incremento quase imperceptível”, detalha Pinheiro.

Ele acredita que a alta do preço do frango e a consequente estabilidade no consumo está ligada ao aumento de insumos para a produção como o milho. Além disso, ele destaca que outras proteínas também foram procuradas para substituir a carne.

“O cliente também está buscando outras alternativas, como o cará tilápia, que subiu, mas se manteve em um preço mais acessível. A carne suína também teve aumento, mas percebemos também uma elevação no consumo. Há procura”, afirma o presidente da Acesu.

Dados do IBGE também mostram que o Estado registrou o abate de 8,1 milhões de cabeças de frango no terceiro trimestre do ano passado, atingindo um novo recorde.

Com informações do Diário do Nordeste.