Uma mobilização de indígenas da aldeia São José, no entorno da cidade de Crateús, na região Norte do Ceará, conseguiu impedir nesta terça-feira (28), pelo menos temporariamente, que uma área considerada sagrada para eles fosse transformada em pasto para a criação de gado.
No local, há a prática de rituais de espiritualidade e 12 crianças estão sepultadas, segundo a Associação Raízes Indígenas do Povo Potyguara de Crateús. O acordo feito com o proprietário do terreno de 37 hectares, entretanto, vale até que uma decisão judicial dê um desfecho para o caso.
“Há mais de três décadas que rituais sagrados são praticados e há um cemitério na localidade”, ressalta o representante dos indígenas, Jorge Tabajara.
Os potyguaras chegaram a montar um acampamento no último sábado (25) para evitar que máquinas derrubassem as cruzes e removessem as sepulturas instaladas no terreno, localizado no entorno da vila (ou aldeia) São José, área que reúne descendentes de etnias indígenas, próximo ao centro urbano.
O impasse levou o Ministério Público Estadual em Crateús a intervir. Foi na sede do órgão que representantes dos indígenas e o proprietário se reuniram para firmar o acordo.
Jorge Tabajara disse que o povo Potyguara reconhece que a propriedade é particular, mas reivindica a “doação de uma área para preservar o local, que é memória e história para eles, onde o pajé realiza rituais da religiosidade da etnia”.
Com informações do Diário do Nordeste.