quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Terra sagrada para indígenas em Crateús pode ser transformada em pastagem para gado

Uma mobilização de indígenas da aldeia São José, no entorno da cidade de Crateús, na região Norte do Ceará, conseguiu impedir nesta terça-feira (28), pelo menos temporariamente, que uma área considerada sagrada para eles fosse transformada em pasto para a criação de gado.

No local, há a prática de rituais de espiritualidade e 12 crianças estão sepultadas, segundo a Associação Raízes Indígenas do Povo Potyguara de Crateús. O acordo feito com o proprietário do terreno de 37 hectares, entretanto, vale até que uma decisão judicial dê um desfecho para o caso.

“Há mais de três décadas que rituais sagrados são praticados e há um cemitério na localidade”, ressalta o representante dos indígenas, Jorge Tabajara.

Os potyguaras chegaram a montar um acampamento no último sábado (25) para evitar que máquinas derrubassem as cruzes e removessem as sepulturas instaladas no terreno, localizado no entorno da vila (ou aldeia) São José, área que reúne descendentes de etnias indígenas, próximo ao centro urbano.

O impasse levou o Ministério Público Estadual em Crateús a intervir. Foi na sede do órgão que representantes dos indígenas e o proprietário se reuniram para firmar o acordo.

Jorge Tabajara disse que o povo Potyguara reconhece que a propriedade é particular, mas reivindica a “doação de uma área para preservar o local, que é memória e história para eles, onde o pajé realiza rituais da religiosidade da etnia”.

Com informações do Diário do Nordeste.