O poeta cearense Bráulio Bessa revelou as angústias que passou durante seu período de internação por Covid-19. Dois dias após receber alta de um hospital na Capital cearense, ele falou nesta segunda-feira, 31, no Encontro, sobre o medo de morrer e a alegria de estar recuperado.
O poeta conta que passou bem os três primeiros dias da doença, do quarto ao sétimo teve sintomas leves e a partir do oitavo dia a situação complicou e ele precisou de internação. "Eu desci para tomar café e o esforço de descer a escada foi muito grande. Eu já não tomei café, deitei no sofá da sala e desse sofá já sai na ambulância", explica ele.
O artista começou a apresentar baixa saturação de oxigênio e foi internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), apenas por preocupação da sua equipe médica. "Deixei a minha casa com muito cansaço, com a saturação bem baixa, de ambulância e com oxigênio", lembra. Bráulio ficou pouco tempo na área de UTI e voltou para atendimento de casos mais graves da doença, transferido para um leito de enfermaria logo após apresentar melhoras.
"Eu tive muito medo de morrer. Morrer para uma doença que já tem vacina, que a gente podia estar vacinado. Isso me veio muito na cabeça 'Meu Deus, eu não quero ser mais um número'. Foi duro", afirmou. O cearense também revelou que antes mesmo de contrair o vírus já estava abalado e o diagnóstico aumentou essa angústia. "[a sensação] de estar entregue. De o cerco está fechando e uma hora vai chegar em você. Viver no Brasil hoje, neste momento, já é desesperador, quando testamos positivo esse medo se multiplica", disse ele.
Ele comentou também sobre o acolhimento dos médicos durante sua recuperação no hospital. "Sempre acreditei na energia boa, na oração, no poder do pensamento. A equipe do hospital me dizia que tenho cabeça boa para ajudar os outros e minha cabeça me ajudaria", ressaltou.
Com informações do O Povo.