domingo, 23 de maio de 2021

Volume atual acumulado nos açudes está 3,8% menor em relação a 2020 no Ceará

As reservas hídricas do Ceará estão inferiores 3,8% em comparação com o mesmo período do ano passado, que acumulava 34%. Faltam oito dias para o fim da atual quadra chuvosa (fevereiro a maio) e os 155 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) apresentam acumulado de 30,2%.

O Ceará é dividido em 12 bacias hidrográficas. E mais uma vez, as localizadas na região norte e no litoral cearense são as mais favorecidas, a exemplo do que vem ocorrendo nos últimos quatro anos. A do Coreaú acumula 94,26%, seguida do Litoral com 85,12% e do Acaraú com 78,95%.

A bacia da Serra da Ibiapaba ocupa a quarta posição do ranking, com 70,63%. Depois vem a Metropolitana com 62,46% e em seguida aparece a do Salgado com 54,50%.

As três bacias que acumulam menores volumes são Banabuiú com 9,39%, Médio Jaguaribe, 13,49% e Crateús com 32,33%.

A Bacia Hidrográfica do Baixo Jaguaribe está com 35,29% e do Alto Jaguaribe, 34,76%.

21 açudes sangrando

Atualmente, o Ceará está com 21 açudes sangrando; outros 14 têm volume acima de 90% e 46 apresentam volume inferior a 30%. Cinco reservatórios estão secos: Forquilha II, Madeiro, Monsenhor Tabosa, Pirabibu e Salão.

Outros nove reservatórios estão com volume morto (abaixo da cota de liberação de água). São eles: Barra Velha, Cipoada, Joaquim Távora, Pompeu Sobrinho, Potiretama, São Domingos, Sousa, Trapiá II e Várzea do Boi.

O titular da Secretaria de Recursos Hídricos (SRH), Francisco Teixeira, ensina que as bacias do Salgado e do Alto Jaguaribe são as principais e os olhares devem estar voltados para essas duas áreas, uma vez que direcionam água para os dois maiores açudes do Estado – Castanhão e Orós. “São reservatórios estratégicos para o abastecimento da Região Metropolitana de Fortaleza, a maior do Ceará, além de cidades do Médio e Baixo Jaguaribe”, pontuou Texeira.

Atualmente, o Castanhão, mesmo com a transferência de água do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF), acumula 13,09%, e o Orós, 29,18%. O reduzido volume no gigante reservatório cearense se deve à liberação de 10 metros cúbicos de água por segundo para a RMF e Baixo Jaguaribe desde o início de abril passado.

O Castanhão acumulava, há um ano, 15,77%, segundo dados do Portal Hidrológico da Cogerh. Já o Orós estava com 27,07%. Esses dois reservatórios têm, portanto, menor quantidade de água do que em relação ao mesmo período do ano passado.

Trussu

Já em relação ao açude Trussu, que abastece Iguatu e Acopiara, a população dessas duas cidades comemora a recarga obtida no reservatório que chegou a 30,56%. Há um ano estava com 24,5%.

“Temos garantia de água para dois anos seguidos mesmo que não ocorra nenhuma recarga”, comemorou o engenheiro e assessor técnico da Prefeitura de Iguatu, Marcos Ageu Medeiros.

Acopiara também ganhou um reforço de reserva de água porque a barragem municipal está transbordando neste ano e vai fornecer água para o sistema local de abastecimento por pelo menos seis meses.

Chuvas

O volume de chuva vem caindo nos últimos sete dias como já era esperado pela meteorologia, impactando o aumento do volume dos açudes no interior do Estado.

Para o mês de maio, que é o último da quadra chuvosa, o esperado em índice pluviométrico é o menor para o período, ou seja, 90.6mm. Até o momento, a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) registrou 95.4, que representa um desvio positivo de 5,3%.

O atual maio é o melhor desde 2011, quando a Funceme registrou 136.1mm, ou seja, um desvio positivo de 50.2mm.

Com informações do Diário do Notdeste.