Quixeramobim registrou três tremores de terra na noite de sexta-feira (26). Os eventos foram observados pelo laboratório de Sismologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis/UFRN). Moradores da localidade de São Joaquim, na zona rural do município do Sertão Central, relataram que ouviram barulho semelhante a trovões.
O LabSis registrou o primeiro tremor de magnitude 1.9 às 21h57. O segundo, vinte minutos depois, às 21h57, com intensidade um pouco menor (1.7). Já o terceiro evento ocorreu às 23h03, de intensidade 1.9.
O professor da rede municipal de ensino, que mora na localidade de São Joaquim, Ivanildo Torres, contou que por volta das 22h “a gente ouviu aqui na região alguns estrondos e pensava que fossem trovões por causa da quadra invernosa, mas não tinha tempo de chuva, e a gente não sentiu tremer, só o forte barulho”.
Em 15 meses foram registrados mais de mil tremores em Quixeramobim
Em janeiro, no último dia 15, o LabSis da UFRN registrou no município de Quixeramobim sete tremores de terra. Um dos eventos ocorreu às 17h45 e teve magnitude 2.1 na escala Richter. Às 22h36, o local foi atingido novamente por um tremor, desta vez de magnitude 2.0 na escala Richter. Os outros cinco tremores foram de menor magnitude.
O LabSis da UFRN tem equipamentos no Ceará que formam uma rede sismográfica do laboratório. Em Quixeramobim, instrumentos foram instalados em 2019 para monitoramento dos abalos de terra. De março de 2019 a junho em 2020, foram registrados mais de mil tremores na região.
O primeiro registro de tremor de terra neste ano no Ceará ocorreu no município de Massapê, na Região Norte do Estado, na madrugada de 8 de janeiro passado. O abalo teve magnitude 2.0 e foi registrado 2h46 (horário de Brasília), segundo o LabSis) da UFRN.
O mestre em Geofísica do LabSis/UFRN, Eduardo Menezes, explicou que a causa dos abalos sísmicos “tem relação com às pressões no interior da terra e em alguns locais, essas pressões atuam nas falhas geológicas que existem e fazem que estas se movimentem, gerando estes tremores, como é o caso dessa região”.
O coordenador municipal da Defesa Civil de Quixeramobim, Roberto de Almeida, informou que “ainda não recebeu relatos de moradores sobre os eventos da noite desta sexta-feira, mas que iria entrar em contato com lideranças comunitárias da região”. Ele frisou que são comuns registros de tremores na área rural, mas “por serem de baixa magnitude não são sentidos pelos moradores na maioria das vezes e apenas registrados pelos equipamentos”.
Com informações do Diário do Nordeste.