domingo, 14 de fevereiro de 2021

Cansada, falta de ar e o pulmão não era mais o mesmo, diz fisioterapeuta de Iguatu que teve coronavirus

“Fiquei me sentindo muito cansada, com falta de ar, e o meu pulmão não era mais o mesmo e precisei de fisioterapia”. A experiência desagradável foi enfrentada por Súria Monteiro Viana, 36 anos, fisioterapeuta, na cidade de Iguatu, que contraiu Covid-19 e se viu em uma situação inversa – passou de profissional de saúde que prestava serviços de reabilitação física e respiratória a paciente. “É uma doença muito séria, achava que ia melhorar e no outro dia, piorava”.

Foi graças às sessões de fisioterapia respiratória que Súria Viana se recuperou das disfunções herdadas da doença. A exemplo de outros pacientes, ela recebeu o atendimento em casa, graças a um projeto implantado em maio de 2020 por meio do Centro de Reabilitação de Fisioterapia de Iguatu (Crefi).

O serviço domiciliar ofertado pelo município é o único da região Centro-Sul e um dos poucos do Estado. “É mais seguro e favorável para quem não pode se deslocar, em particular os pacientes idosos”, pontua a coordenadora do Crefi, Dhébora Ricarte Barbosa.

Disfunções pós-Covid

Segundo levantamento da secretaria de Saúde de Iguatu cerca de 40% dos pacientes internados para tratamento de Covid-19 apresentaram “disfunções como fadiga, dispneia, dor torácica, fraqueza muscular”.

O aposentado, Valdeci Ferreira, 84 anos, que ficou internado no ano passado, em uma UTI, em estado grave, prefere não falar sobre os momentos vividos durante a internação, porque diz que ficou traumatizado, mas contou que “não conseguia andar e respirar direito depois que saí do hospital e foi graças a fisioterapia que melhoria bastante”.

Outro aposentado, João Fernandes, 90 anos, venceu a doença, após dias internado em um leito de UTI em Iguatu. Agora em casa, recebe duas vezes por semana a visita de um fisioterapeuta e disse estar se sentindo bem melhor. “Foi horrível, triste, a idade e essa doença acabam com a gente, mas sou feliz porque confio em Deus, estou vencendo e os exercícios estão dando certo”.

Para Thiago Alves, que é um dos sete fisioterapeutas que atende os pacientes com a chamada síndrome pós-covid em Iguatu, frisa que “depois de dez sessões, em média, os pacientes têm uma melhora substancial”.

O atendimento de fisioterapia começou quando surgiram os primeiros pacientes que apresentavam sequelas, após alta hospitalar. No início eram três profissionais, mas em agosto quando a demanda chegou ao pico da pandemia houve necessidade de disponibilizar mais quatro.

Hoje a equipe permanece com sete fisioterapeutas. O número de sessões pode ser ampliado se houver necessidade. “Houve casos de pacientes que ficaram assintomáticos ou tiveram casos leves e meses depois aparecem disfunção pulmonar, necessitando de suporte de fisioterapia”, pontuou o assessor técnico da secretaria de Saúde de Iguatu, Rafael Rufino.

Com informações do Diário do Nordeste.