terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Mais de 300 pacientes com queimaduras foram tratados com pele de tilápia no Ceará

A pele de tilápia já foi usada no tratamento de pelo menos 300 pessoas no Ceará desde o início dos testes em humanos, em 2016. De acordo com a Universidade Federal do Ceará (UFC), não foram registrados pacientes com casos de rejeição ou infecção devido ao tratamento, desenvolvido na instituição, que iniciou os testes com o material em 2015. 

Segundo o médico Edmar Maciel, coordenador-geral da pesquisa e presidente do Instituto de Apoio ao Queimado (IAQ), o tratamento com o insumo à base da pele do peixe tem vantagens frente ao usual, feito com pomada antibiótica — este "requer muitos profissionais, pois impõe banhos anestésicos para a dolorosa troca diária de curativos, o que encarece o serviço", explica o especialista.

Além do barateamento do tratamento, a pele de tilápia, em muitas ocasiões, não exige remoção, podendo permanecer nas feridas até que elas cicatrizem completamente.

O que são queimaduras

O médico Edmar Maciel explica que as queimaduras são lesões graves, com internação prolongada e difícil tratamento. As feridas têm graves sequelas estéticas, funcionais e psicológicas. No Brasil, a população mais pobre é a que mais sofre com o problema.

Como funciona o tratamento

Os testes com o insumo cumpriram 11 etapas — a chamada fase pré-clínica — antes de a pesquisa ser apresentada à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Só após aprovação no Comitê de Ética e Pesquisa, a pele começou a ser usada em pacientes no Instituto Doutor José Frota (IJF).

Depois dos resultados positivos, pessoas e até animais vítimas de queimaduras receberam tratamento à base da pele da tilápia.

Com informações do Diário do Nordeste.