sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Fogo destrói bananeira e pastagem na zona rural de Iguatu

Uma área estimada em 30 hectares de pastagem e de bananeira foi destruída pelo fogo na localidade de Cangati, na zona rural de Iguatu, no distrito de Barro Alto. Pelo menos seis fazendas foram atingidas e em uma delas a destruição foi total: plantio, cercas, estacas e sistemas de irrigação. Os produtores rurais ainda não calcularam o prejuízo, mas avaliam em torno de R$ 60 mil.

O fogo começou na margem do Rio Jaguaribe e rapidamente se espalhou para os núcleos de produção. A vegetação seca do pasto e de restos culturais entre os pés de banana e o vento forte na tarde desta quinta-feira ajudaram a espalhar as chamas. “O fogo foi o maior que já tivemos, muito rápido, em 20 minutos tinha consumido tudo”, contou o produtor, Francisco Pereira Macedo Júnior. “Assustou todo mundo”.

Com ajuda de dois trabalhadores e parentes, Júnior conseguiu evitar que as chamas invadissem a área de produção de banana. “Ligamos o motor, pegamos mangueira e conseguimos barrar o fogo”, contou. “Perdi uns cinco hectares de pastagem e tive um prejuízo de R$ 8 mil, mas evitei o estrago maior na destruição do sítio de banana”.

Já na fazenda dos herdeiros do produtor José Colares, o fogo causou destruição total de pastagem, plantio de banana, cercas e os sistemas de irrigação. “Queimou tudo”, contou o produtor rural, Carlos Palácio. “Vi o incêndio e é de partir o coração”. 

Os agricultores comentam sobre a rapidez do fogo. “Vi a fumaça e pensei que era um fogo no leito do rio que tá seco, mas quando menos esperei as chamas vieram pra cima com tudo, muito rápido”, disse o produtor Adriano da Silva, que também é motorista de transporte escolar. “Um ônibus estava parado por causa da pandemia, e quase não consigo tirar do lado casa”.

Os produtores contam que nos últimos anos ocorrem focos de incêndio na vegetação a partir da margem esquerda do Rio Jaguaribe, mas nunca na intensidade deste último evento. “Alguém passa e coloca fogo, mas ninguém nunca vê”, disse Júnior. “O ruim também foi a fumaça nas casas, em que moram idosos, e alguns estão se recuperando de Covid-19”.

Os Bombeiros foram acionados e conseguiram debelar as chamas que já estavam em menor intensidade. O tenente-coronel Nijair Araújo, comandante dos Bombeiros em Iguatu, disse que o segundo semestre representa uma média de 90% dos focos de incêndios em vegetação, no Centro-Sul cearense.

“Infelizmente a questão preventiva e educativa não está funcionando, daí a importância de denúncias, uma vez que esses incêndios decorrem de ação humana de forma criminosa e negligente”, pontuou Nijair Araújo.

O comandante Nijair Araújo disse que há duas unidades de combate a incêndios em vegetação no quartel de Iguatu. “Muitas vezes não conseguimos atender as ocorrências que são ao mesmo tempo em municípios diferentes e há a dificuldade de acesso na mata com três horas de caminhada e até dez horas de combate”. 

Com informações do Diário do Nordeste.