Foto Fábio Nunes |
Atualmente, as únicas espécies de aves em perigo de extinção que estão em aumento populacional no País, são o Cara-suja e a Arara-azul-de-lear, na Bahia, conforme ressalta o biólogo Fábio Nunes, coordenador do Projeto da Aquasis. "As outras estão com tendência de declínio populacional", lamenta. As informações constam no relatório da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), autoridade global na questão ambiental.
Os resultados ajudam a criar estratégias para outras espécies ameaçadas no Ceará, avalia o biólogo. “Teve início em meados de 2006, com estudos sobre a biologia da espécie e sua distribuição. Descobrimos, inclusive, outras áreas de ocorrência dela”. Em 2010, passou-se a utilizar as caixas-ninho, equipamentos que simulam o ambiente natural para reprodução das aves. “O que a gente fez foi adaptar às características do Cara-suja, com largura, profundidade, quantidade de entradas adequados”, explica.
“O Brasil demorou muito para investir em recuperar e fazer manejo de espécies. A gente é tomado de burocracia e a Ciência ainda é muito puritana. A Ciência interventiva pode salvar espécies e trazer bons resultados. Às vezes, o bicho tá precisando de ajuda mesmo”.
A Aquasis desenvolve, ainda, outros projetos de preservação no Ceará, como do Soldadinho-do-Araripe e Projeto Manatí, que criou uma estrutura pioneira no País para auxiliar no retorno de peixes-bois ao mar. No fim de junho, a Aquasis concluiu a transferência de dois animais para a plataforma marinha, em Icapuí. A ONG se mantém com auxílio de apoiadores como Programa Petrobras Socioambiental, SESC Ceará, parceiro há quase 20 anos, e ENEL.
Com informações do Diário do Nordeste.