quinta-feira, 16 de julho de 2020

Ceará precisa cumprir mais 30% de imunização contra febre aftosa para alcançar meta

Foto Natinho Rodrigues
O setor agropecuário do Ceará corre contra o tempo e tem o desafio de ampliar o número de vacinação até o fim deste mês. Os dados mais recentes do governo do Estado apontam um índice atual de 60% de imunização do rebanho bovino e bubalino contra a febre aftosa. A meta definida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) é de no mínimo 90%.

A febre aftosa é uma das principais doenças da criação de gado, que começa com aftas nas bocas dos animais, podendo levar a problemas cardíacos e até a morte do boi. É extremamente contagiosa entre os animais e pode causar prejuízos grandes aos pecuaristas. Felizmente, não é uma doença transmissível aos humanos.

A pandemia do novo coronavírus também trouxe impacto para a vacinação. Em razão da baixa adesão, a campanha foi adiada de 30 de junho para 31 de julho, e o prazo de envio de declaração por parte dos criadores ficou prorrogado até 31 de agosto. De acordo com números da Agência de Defesa Agropecuária do Ceará (Adagri), até o momento, cerca de 60% dos animais foram vacinados. A baixa adesão também vem ocorrendo em outros estados.
Importância

Mas, no fim das contas, qual a importância do Ceará alcançar a meta estabelecida pelo Mapa? Quem esclarece é o coordenador da campanha, no Ceará, Joaquim Sampaio.

“Caminhamos para nos tornar área livre de aftosa sem vacinação e a conquista desse status vai permitir ampliar a exportação de carnes e derivados, favorecendo a balança comercial, beneficiando o setor agropecuário, os produtores. Haverá valorização do preço da carne e dos animais”.

Hoje, a apenas 15 dias para o fim do novo prazo, o desafio de técnicos da Adagri e da Ematerce é convencer os criadores da importância de imunizar o rebanho. “Estamos muito perto de alcançar a posição de livre de aftosa sem vacinação, pois só faltam três campanhas (a atual e em novembro próximo e em maio de 2021)”, ponta Sampaio. “Não podemos esmorecer nessa reta final”.

Apesar das dificuldades trazidas pela pandemia do novo coronavírus, o coordenador mantém a esperança de que a meta, mais uma vez, será alcançada. “Confiamos na adesão dos criadores e muitos já compraram as doses e vacinaram o rebanho, mas faltam enviar as declarações, por isso os índices ainda estão aquém do esperado. As farmácias veterinárias estão abastecidas”.

Sampaio mostra-se confiante na adesão dos criadores, mas reforça o apelo: “Não deixem de vacinar o gado contra aftosa para a doença não voltar. Se os outros estados avançarem para zona livre da doença sem vacinação, o Ceará não pode ficar só. Isso traria um enorme prejuízo”, ressalta. Iniciada em março de 2003, o adiamento da campanha foi definido pelo Mapa e não é inédito na história brasileira. A imunização também precisou ter o prazo estendido em maio de 2018, por conta de uma greve dos caminhoneiros.

Com informações do Diário do Nordeste.