terça-feira, 12 de maio de 2020

Postes e fios submersos no Açude Orós geram risco de acidente para pescadores

Centenas de pescadores artesanais do Açude Orós – o segundo maior reservatório do Estado – reclamam do risco de acidentes por causa da permanência de postes e fios de rede elétrica em uma extensão de quase 8km, que estão quase submersos. A maior parte da fiação fica no entorno das localidades ribeirinhas de Jurema e Pereiro dos Pedros, na zona rural do município de Orós. A rede é de alta tensão, mas está desligada. 

Grande parte do trabalho da pesca artesanal é feita à noite com o uso de barcos a motor, conhecidos como rabetas. “Os pescadores não vêm os postes e nem os fios e o risco de acidente é grande”, disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Orós, Evanilson Saraiva. “O que a gente espera é a retirada dos postes e dos fios”.

Um pescador gravou um vídeo que mostra os riscos “A gente faz um apelo às autoridades, ao administrador do açude para retirar os postes e os fios. Meu tio quase sofria um grande acidente, quase caia da rabeta. Aqui estou no meio do lago, perto da Jurema dos Cândidos, e mostrando que tem nove postes”.

A presidente da Colônia de Pescadores de Orós (Z 13), Josenilda Martins, também reconhece o perigo. “Nós esperamos que o órgão responsável faça a retirada desses postes e de toda essa fiação”.

Esclarecimento

Por meio de nota, a Enel esclareceu que os postes e a fiação não são de sua responsabilidade: “A Enel Distribuição Ceará informa que enviou uma equipe técnica ao local e identificou que se trata de uma rede construída pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) para auxiliar na captação de água, não sendo de responsabilidade da distribuidora”.

Retirada

O diretor de Operações do Interior da Cagece, Hélder Cortez, explicou que a rede foi instalada para a implantação de uma adutora emergencial de abastecimento do distrito de Palestina, em Orós. “O açude foi secando e ficou distante do ponto de captação para Guassussê. Então tivemos que fazer uma adutora de 8 quilômetros até o leito do rio Jaguaribe, em Jurema”.

Hélder Corteza explica que o Açude Orós recebeu uma recarga de água de mais de 11 metros de altura nas últimas semanas, deixando os fios submersos. “A água chegou rápido e não tivemos tempo de retirar os postes e a fiação, mas já sinalizamos com boias e até a próxima semana toda a rede será retirada”.

Com informações do Diário do Nordeste.