sexta-feira, 10 de abril de 2020

Coronavírus: empresários do forró e sertanejo temem por vagas de trabalhadores de eventos do Ceará

Junho, julho ou agosto. O cenário de retorno dos eventos de forró e sertanejo permanece incerto no Ceará. A pandemia do coronavírus mudou a rotina de trabalho de empresários, cantores e músicos. No ar, a incerteza de quando será possível iniciar a venda de novos shows ou mesmo realizar os que foram adiados por conta da Covid-19.

Algumas produtoras cearenses remarcaram apresentações de março e abril para maio e até mesmo para dezembro. Sem o dinheiro de ingressos, dos bares e restaurantes que movimentam o mundo da música, os impactos são previstos em diversos empregos. Beto Santos, empresário da produtora D&E Entretenimento, pensa nos trabalhadores freelancers como um dos mais afetados.

“Um grande número de empresas não terá caixa para manter o fluxo. Em reuniões internas, estamos discutindo um novo modelo de mercado que aparecerá com essas mudanças”, explica Beto Santos. Para tentar ajudar famílias de seguranças, bartenders, recepcionistas, entre outros trabalhadores de eventos, um grupo de empresários cearenses está montando uma plataforma para cadastro e doações. A partir dos dados, haverá uma triagem para ajudar as famílias.

Segundo Pedro Neto, empresário da produtora Social Music, um grande volume de eventos foi programado para o segundo semestre de 2020, mas teve complicação para conciliar as datas. “O mercado de eventos foi o primeiro setor a parar, a fim de evitar aglomerações, e será o último a retornar aos trabalhos”.

Perdas

Uns somatizam na casa dos milhões, outros não conseguem estipular valores. De acordo com o estudo da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape), 51,9% dos eventos programados para 2020 foram cancelados, adiados ou permanecem em situação incerta. Outro dado relevante aponta que 92% das empresas já sentem “no bolso” o impacto e somam perdas que podem chegar a R$ 290 milhões, considerando-se apenas o universo das associadas ou cerca de R$90 bilhões estimando impactos na indústria nacional.

Enquanto as festas não voltam, a solução é afastar os móveis da sala, preparar comes e bebes para curtir as diversas lives dos cantores de forró e sertanejo nas plataformas digitais.

Com informações do Diário do Nordeste.