quinta-feira, 30 de abril de 2020

Perdas do comércio chegam a R$ 2,98 bilhões em cinco semanas no Ceará

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima que o varejo do Ceará sofreu uma perda de R$ 2,98 bilhões em cinco semanas - de 15 de março a 18 de abril - com a pandemia do novo coronavírus. No País, o prejuízo chega a mais de R$ 86 bilhões no mesmo período. 

De acordo com o estudo, as perdas coincidem com o fechamento de estabelecimentos comerciais decretado por vários estados e municípios no País desde a segunda quinzena de março.

No Ceará, lojas de atividades não essenciais estão com funcionamento suspenso desde 20 de março. A medida decretada pelo governador Camilo Santana segue até o próximo dia 5 de maio, prazo que pode ser prorrogado.

Segundo o levantamento da CNC, o Ceará é o oitavo estado que mais acumula perdas de faturamento. São Paulo lidera o ranking com prejuízo de R$ 26,58 bilhões, seguido de Minas Gerais (R$ 6,90 bi), Rio Grande do Sul (R$ 6,63 bi), Rio de Janeiro (R$ 6,55 bi) e Santa Catarina (R$ 6,26 bi). 

Perdas

A CNC estima ainda que mesmo as vendas de alimentos e medicamentos (37% do varejo brasileiro) acumulam perdas de R$ 8,13 bilhões no período. Mas o prejuízo mais expressivo é registrado por varejistas de produtos não essenciais, que totalizam um déficit de R$ 78,27 bilhões.

Para Maurício Filizola, presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Ceará (Fecomércio-CE), mesmo com a alternativa de vendas por meio de delivery para atender as necessidades da população, não é suficiente para suprir o volume de vendas anterior.

"Essa restrição de comércio livre de movimentação pesou bastante. Claro, que existem mecanismos (para a venda), além da física, como o e-commerce e o delivery que avançaram bastante e tiveram um papel preponderante na busca de atender as demandas do cliente. Mas isso não é algo que esteja na essência da população de uma maneira geral e não supre esse momento de fechamento", comenta.

Empregos

Filizola explica que, o prejuízo para a classe empresarial afeta diretamente a classe laboral com a geração de emprego. "O que mantém uma economia saudável é o dinheiro circulante e se a gente perde muitos postos de trabalho, em que as pessoas perdem de onde ter sua remuneração, isso vai enfraquecer o comércio, que já vinha em uma lenta recuperação", analisa.

De acordo com o estudo, a diminuição do nível de atividade no varejo das últimas semanas também possui o potencial de eliminar até 28% dos postos de trabalhos formais do setor, o que equivale a 2,2 milhões de vagas em um intervalo de até três meses.

Com informações do Diário do Nordeste.