Foto Instituto Cigano do Brasil |
Cerca de 300 mil ciganos nordestinos estão vivendo em situação de vulnerabilidade durante a quarentena decretada pelas autoridades públicas contra o avanço do coronavírus. Diante da pandemia, a comunidade étnica adotou o confinamento e passou a enfrentar a ameaça da fome. De acordo com o presidente do Instituto Cigano do Brasil, Rogério Ribeiro, a situação é ainda mais delicada em municípios do Interior do Ceará, onde há aproximadamente 20 mil ciganos, que lidam também com a escassez de recursos de higiene e de limpeza.
“Se acontecer um caso de coronavírus na comunidade cigana, vai se alastrar, porque moram tudo próximo. Aqui no Ceará a gente não tem a cultura de acampamento, somos sedentários (têm moradias fixas e dificilmente viajam)”, afirma Rogério Ribeiro. Ele conta que, ao chegar a notícia de um caso confirmado de Covid-19 próximo ao município de Pindoretama, as famílias ciganas residentes na Cidade passaram a ficar ainda mais assustadas.
Rogério, que é da etnia Calon, revela que ao todo existem 3 milhões de ciganos no Brasil. Além dos Calon, há os grupos de etnia Rom, que são divididos em subgrupos como os Kalderash, Macwaia, Horahane, Lovaria e Rudari, entre outros. Desses 3 milhões, somente 26 mil, aproximadamente, fazem parte do Cadastro Único do Governo Nacional, o que torna mais difícil para os grupos receberem auxílios federais, como o proposto na última semana de R$ 600.
“A gente vê muito papel e burocracia, mas nada na prática. A atuação do governo é nessa questão do isolamento social, uso de máscara e álcool gel, faz parte do pacote. Mas também faz parte as pessoas se alimentarem; porque se não morrerem do coronavírus, vão morrer de fome, de outras doenças ou de uma depressão”, pontua o presidente do Instituto Cigano. Rogério também afirma que faltam recursos de higiene e limpeza para dar assistência à população durante esse período de quarentena.
Famílias ciganas dependem de doações ainda insuficientes
Em São Paulo, onde há mais de 1 milhão de ciganos das etnias Calon e Rom, a comunidade se reuniu para fazer arrecadações. Aqui no Ceará, no entanto, essas iniciativas seguem mais tímidas, afirma Rogério. As últimas doações recebidas pelo Instituto ocorreram nesta segunda-feira, 6, a partir do programa Mesa Brasil do Serviço Social do Comércio (SESC). “Usamos uma caminhonete e montamos umas sacolinhas com o que recebemos; priorizamos os idosos, gestantes e as crianças, mas nem todo mundo foi atendido”, relata Rogério, sobre a ação que aconteceu no município de Pindoretama.
Também em doação da Mesa Brasil, no último dia 1º, foram entregues 150 litros de leite para a comunidade de Sobral, Sumaré e da Fazenda Joelma. Em 24 de março, foram doadas 32 caixas de banana, beneficiando oito famílias da Comunidade dos Trilhos, em Catuana, no município de Caucaia. O produto ainda foi compartilhado com a Casa de Maria, que atende a mais de 30 crianças. E também com a comunidade cigana do Circo e famílias dos bairros de Granja Portugal, Barroso e Conjunto Ceará, em Fortaleza.
Apelo ao Governo Estadual
O apelo de Rogério é para que o poder público volte sua atenção para o povo cigano. Com 14 coordenações distribuídas em diferentes unidades federativas do Brasil, o Instituto Cigano do Brasil enviou ofícios para o Governo Federal, Estadual, e diversas prefeituras pedindo ajuda durante esse período de pandemia.
Os ciganos são comerciantes e trabalham em comércios pequenos, com vendas ambulantes e de maneira informal; enquanto as mulheres ciganas praticam a leitura das mãos, cartomancia e mendicância. Segundo o Instituto, os valores recebidos são utilizados nas despesas diárias das famílias.
“Estes trabalhadores estão expostos ao vírus e não poderão prover o sustento de suas famílias durante a quarentena”, declara a entidade em um dos ofícios enviados ao governador Camilo Santana. O objetivos das publicações, segundo a entidade, é garantir o auxílio emergencial e o sustento básico do povo cigano.
Serviço
O Instituto Cigano do Brasil recebe doações de alimentos e kits de higiene. Caso o doador queira contribuir com quantia em dinheiro, a entidade recomenda que seja convertido em mantimentos. Para mais informações, basta entrar em contato pelo WhatsApp (88) 99628- 6361.
Com informações do O Povo.
“Se acontecer um caso de coronavírus na comunidade cigana, vai se alastrar, porque moram tudo próximo. Aqui no Ceará a gente não tem a cultura de acampamento, somos sedentários (têm moradias fixas e dificilmente viajam)”, afirma Rogério Ribeiro. Ele conta que, ao chegar a notícia de um caso confirmado de Covid-19 próximo ao município de Pindoretama, as famílias ciganas residentes na Cidade passaram a ficar ainda mais assustadas.
Rogério, que é da etnia Calon, revela que ao todo existem 3 milhões de ciganos no Brasil. Além dos Calon, há os grupos de etnia Rom, que são divididos em subgrupos como os Kalderash, Macwaia, Horahane, Lovaria e Rudari, entre outros. Desses 3 milhões, somente 26 mil, aproximadamente, fazem parte do Cadastro Único do Governo Nacional, o que torna mais difícil para os grupos receberem auxílios federais, como o proposto na última semana de R$ 600.
“A gente vê muito papel e burocracia, mas nada na prática. A atuação do governo é nessa questão do isolamento social, uso de máscara e álcool gel, faz parte do pacote. Mas também faz parte as pessoas se alimentarem; porque se não morrerem do coronavírus, vão morrer de fome, de outras doenças ou de uma depressão”, pontua o presidente do Instituto Cigano. Rogério também afirma que faltam recursos de higiene e limpeza para dar assistência à população durante esse período de quarentena.
Famílias ciganas dependem de doações ainda insuficientes
Em São Paulo, onde há mais de 1 milhão de ciganos das etnias Calon e Rom, a comunidade se reuniu para fazer arrecadações. Aqui no Ceará, no entanto, essas iniciativas seguem mais tímidas, afirma Rogério. As últimas doações recebidas pelo Instituto ocorreram nesta segunda-feira, 6, a partir do programa Mesa Brasil do Serviço Social do Comércio (SESC). “Usamos uma caminhonete e montamos umas sacolinhas com o que recebemos; priorizamos os idosos, gestantes e as crianças, mas nem todo mundo foi atendido”, relata Rogério, sobre a ação que aconteceu no município de Pindoretama.
Também em doação da Mesa Brasil, no último dia 1º, foram entregues 150 litros de leite para a comunidade de Sobral, Sumaré e da Fazenda Joelma. Em 24 de março, foram doadas 32 caixas de banana, beneficiando oito famílias da Comunidade dos Trilhos, em Catuana, no município de Caucaia. O produto ainda foi compartilhado com a Casa de Maria, que atende a mais de 30 crianças. E também com a comunidade cigana do Circo e famílias dos bairros de Granja Portugal, Barroso e Conjunto Ceará, em Fortaleza.
Apelo ao Governo Estadual
O apelo de Rogério é para que o poder público volte sua atenção para o povo cigano. Com 14 coordenações distribuídas em diferentes unidades federativas do Brasil, o Instituto Cigano do Brasil enviou ofícios para o Governo Federal, Estadual, e diversas prefeituras pedindo ajuda durante esse período de pandemia.
Os ciganos são comerciantes e trabalham em comércios pequenos, com vendas ambulantes e de maneira informal; enquanto as mulheres ciganas praticam a leitura das mãos, cartomancia e mendicância. Segundo o Instituto, os valores recebidos são utilizados nas despesas diárias das famílias.
“Estes trabalhadores estão expostos ao vírus e não poderão prover o sustento de suas famílias durante a quarentena”, declara a entidade em um dos ofícios enviados ao governador Camilo Santana. O objetivos das publicações, segundo a entidade, é garantir o auxílio emergencial e o sustento básico do povo cigano.
Serviço
O Instituto Cigano do Brasil recebe doações de alimentos e kits de higiene. Caso o doador queira contribuir com quantia em dinheiro, a entidade recomenda que seja convertido em mantimentos. Para mais informações, basta entrar em contato pelo WhatsApp (88) 99628- 6361.
Com informações do O Povo.