domingo, 21 de julho de 2019

Grupos indígenas de Alagoas e Pernambuco fazem apresentação em Iguatu

Iguatu recebeu na Praça da Matriz na manhã de sábado,20, o projeto Sonora Brasil do Sesc, que nesta edição trouxe a música dos povos originários do Brasil a partir da visita das etnias indígenas Kariri-Xocó, de Alagoas, e Fulni-Ô, de Pernambuco.

Os indígenas aproveitaram a presença do padre Carlos Roberto Alencar, pároco de Senhora Sant’Ana e de representantes da Igreja para uma bênção especial. Os católicos celebram 300 anos da chegada da imagem da padroeira no período de 17 a 26 deste mês, com novenário.
Cultura

Os torés expressam a espiritualidade de cada tribo com movimentos e música. Os Kariri-Xocó utilizam os buzos (espécie de flauta), maracás de mão e de tornozelos. No repertório estão também os rojões, que já fazem parte da tradição musical deste povo e são um reflexo do trabalho nas fazendas e da dinâmica de trocas culturais ocorridas na região.

As letras cantadas em português possibilitam conhecer um pouco da história do povo, falando do cotidiano dos indígenas nas colheitas ou nos dias atuais, ou trazendo sincretismos religiosos e remetendo ao tempo da colonização quando eram obrigados a praticar suas tradições secretamente.

A segunda apresentação é doGrupo Memória Fulni-Ô (PE), que trazem as músicas tradicionais: toré e a cafurna. O primeiro segue um cântico coletivo sem letra e com instrumentos de sopro e percussão e simboliza a união da tribo.

As cafurnas, em yaathe unakesa, são manifestações de sentido múltiplo, pois se referem à dança, à música, aos modos de cantar, à profecia, ao estilo e tradição e à estética. São cantadas e acompanhadas de maracás de mão e de tornozelo e retratam a realidade e o contexto indígena, tratando de temas que abrangem aspectos como preservação da natureza, reverência aos animais da região e identidade indígena.

Com informações do Diário do Nordeste.