sábado, 25 de maio de 2019

Cresce número de animais de rua em Iguatu

Cães e gatos circulam livremente pelas ruas e avenidas do centro de Iguatu. Eles aproveitam sombras de prédios, de carros e até nos estacionamentos para descansar. É comum a presença desses bichos nas proximidades do mercado central, na avenida Agenor Araújo e ruas adjacentes. Isso acaba incomodando e gerando transtornos para comerciantes e frequentadores da região.


“Esse é um problema antigo, mas parece que vem aumentando cada vez mais. Antigamente a gente via que esses animais eram recolhidos. Hoje não sabemos porque isso acontece. Dá pena ver eles abandonados, passam o dia perambulando pelas ruas, aqui pelo comércio, principalmente nessa parte que fica atrás do mercado”, comenta a comerciante Francisca Pereira.

“Eu tenho medo porque eles urinam e fazem as necessidades deles em todo canto. Isso além de nojento, não sabemos se esses animais têm algum tipo de doença, porque bebem água suja, comem sobra de comida. Vivem arrastando lixo. Vejo isso com preocupação porque nós mantemos nossos locais de trabalho limpo, mas eles estão sempre por aqui. Espanta até a freguesia”, acrescenta Lenilda Chaves.

Trabalho de ONGs

De acordo com Valéria Rodrigues, protetora de animais da ONG Vira Lata de Raça, a situação de abandono de animais em situação de vulnerabilidade preocupa. “Isso gera um grave problema de saúde pública para o município.

A gente faz um trabalho de recolhimento somente de animais doentes, sabemos o quanto é difícil esse trabalho, mas necessário. A gente anda pelas ruas, avenidas, independente do bairro, infelizmente têm muitos cães e gatos, circulando, abandonados”, disse.

Valéria acrescenta que é necessária também a conscientização das pessoas em relação a esses cuidados de não abandonar animais pelas ruas. “Sabemos que houve mudanças nas leis, e que os Centros de Controle de Zoonoses, que antes faziam captura de qualquer animal nas ruas, mudou. Eles só capturam agora os animais comprovados realmente que estão doentes. Sabemos que todo os dias tem esse trabalho de consultas gratuitas.

A questão da aplicação de eutanásia hoje só acontece em animais comprovados com leishmaniose (calazar), isso depois do resultado positivo de dois exames. É um pequeno avanço, que, se Deus quiser, pode vir a ser maior. O ideal também é que volte a fazer castração nesses animais de rua. Porque reduziria com certeza a quantidade de animais sofrendo, vagando dia e noite pela cidade à procura de água, comida ou, simplesmente, de alguém que lhes dê um pouco de atenção”.

Riscos de acidentes e de doenças

Não há uma estimativa do número de cães e gatos que vivem em estado de abandono pelas ruas de Iguatu. O médico veterinário Igor Holanda, responsável pelo Centro de Controle de Zoonoses de Iguatu, afirma que os riscos são grandes para a população, por conta de acidentes, e transmissão de doenças, a mais preocupante é o calazar. “Desde 2015, que esse serviço de captura de animais em situação de rua foi suspenso em todo o país”, pontuou.

Igor Holanda disse que haá uma lei que proíbe os Centros de Zoonoses de realizar esse trabalho. “Aqui em Iguatu, realizamos um trabalho em parceria com agentes de endemias, com esses animais. Eles fazem exames e se realmente for comprovado, por exemplo, o calazar, como é mais conhecido, o animal doente é trazido para cá e sacrificado.

Eles recebem anestesia geral e depois a vacina. Antigamente não. Era de forma cruel, como, por exemplo, pela câmara de gás. Em relação aos animais sadios, eles são examinados, recebem vacinas de prevenção e são liberados”, explica.

Há um projeto está sendo elaborado para campanhas de mutirão de castração.“Infelizmente, as pessoas pegam animais para criar e acabam pouco tempo depois abandonando. Isso é crime. Se a pessoa tem intenção de criar um animal, faça a castração”, disse o veterinário.

O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Iguatu realiza um trabalho de exames para constatar possíveis zoonoses ou doenças infecciosas graves. Após a avaliação, os animais são liberados já vacinados contra a raiva e vermifugados.

Com Colaboração de Wandenberg Belém