sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Médicos cubanos se preparam para deixar Iguatu; 10 embarcam no próximo dia 26

Na próxima segunda-feira, 19, no período da tarde, no auditório da secretaria de Saúde de Iguatu, será realizada uma reunião com os 19 médicos cubanos que integram o Programa Mais Médicos, no município. O objetivo é obter informações sobre a data de saída dos profissionais e dar apoio ao grupo enquanto permanecerem trabalhando e morando na cidade.

Neste quarta-feira, 14, o Ministério da Saúde de Cuba anunciou o cancelamento do contrato com o governo brasileiro do Programa Mais Médicos. Iguatu é o segundo município mais prejudicado com a medida, pois dispõe de 19 profissionais de um total de 31 equipes do Programa Saúde da Família.

“Os profissionais estão apreensivos e nós também”, pontuou a coordenadora de Atenção Básica, Edjalma Araújo. “Vai ficar uma lacuna enorme, e não sabemos como preencher de imediato a carência de médicos no atendimento básico das comunidades”.

O secretário de Saúde de Iguatu, Marcelo Sobreira, mostrou preocupação com a saída dos médicos cubanos. “Já tentamos em outras oportunidades trazer médicos brasileiros, mas eles não querem trabalhar em localidades rurais”, observou. “Haverá dificuldades para os gestores, a população carente será prejudicada”.

De acordo com as informações iniciais, no próximo dia 26 embarcam de Iguatu dez médicos cubanos e em meados de dezembro, o restante.

No Ceará, o município que tem mais médicos cubanos é Morada Nova com 21 profissionais, seguido de Iguatu com 19.

Situação

Nas cidades do interior cearense o clima é comum: surpresa com a medida, expectativa de como a situação vai ser resolvida e a certeza de que de imediato a população mais carente será prejudicada.

O vice-presidente da Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece), Nilson Diniz, médico e prefeito de Cedro, na região Centro-Sul do Ceará, mostrou-se preocupado. “Fiquei atordoado com a informação”, revelou. “A decisão está tomada e a população com certeza vai ficar desassistida”. Diniz observou que é necessário planejamento e decisão rápida para repor as vagas. “A população vai cobrar a presença de médicos”. Com informações do Diário do Nordeste.