O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) participou, na noite dessa última terça-feira, 30, de um culto na sede da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, do pastor Silas Malafaia, na Penha, zona Norte do Rio.
Ao lado do religioso, Bolsonaro discursou por menos de cinco minutos. Aos gritos de “mito, mito” e diante de um templo cheio, garantiu aos fiéis que haviam eleito “uma pessoa comprometida com os valores da família cristã”.
Bolsonaro também agradeceu por ter sido salvo da facada desferida por Adélio Bispo de Oliveira – um milagre, segundo ele – e retomou o versículo que usou durante toda a campanha – conhecereis a verdade e ela vos libertará. Falando rapidamente sobre esse mote, arrancou aplausos ao afirmar. “O povo precisa saber a verdade, e a verdade dói”.
Provocou risadas no público ao lembrar o momento de sua decisão de concorrer ao Palácio do Planalto. “Também achei que pirei naquele momento”. O presidente eleito também agradeceu a Deus pela vitória nas urnas e disse não ser o mais preparado para a “missão”, mas que Deus capacita os escolhidos.
“Primeiro eu quero agradecer a Deus por estar vivo, pelas mãos de profissionais da saúde, de Juiz de Fora. Em São Paulo, Deus operou milagre. Depois quero agradecer a Deus por essa missão, porque o Brasil está em uma situação um tanto quanto complicada. Crise ética, moral e econômica. Eu tenho certeza que não sou o mais capacitado, mas Deus capacita os escolhidos”.
O compromisso não foi divulgado oficialmente por sua equipe, mas estava na boca das centenas de fiéis da denominação evangélica. Apesar de Malafaia, normalmente histriônico, tentar adotar um tom tranquilo, havia excitação no ar. “O Bolsonaro vem aqui? Tem muita polícia”, perguntou um fiel.
Não era para menos, a visita presidencial ao subúrbio mobilizou uma tropa de mais de 40 PMs e diversas viaturas. Além desse aparato, havia ainda a escolta de Bolsonaro, reforçada pela Polícia Federal após o atentado sofrido por ele no dia 6 de setembro.
Quando um obreiro avisou a Malafaia que o presidente eleito havia chegado, o pastor se aproximou e deu uma ordem em tom ríspido. Logo depois respirou fundo e anunciou: “vamos receber o presidente da República, Jair Bolsonaro”.
Todos se levantaram. Com celulares para o alto, todos filmando e fotografando, as centenas de evangélicos presentes cultuaram o novo presidente aos gritos de “mito”, enquanto outros repetiam “glória a Deus”. “E também dizer a toda a imprensa que nós não estamos votando em candidato a Deus”
O capitão da reserva terminou o discurso pedindo orações aos presentes. Quando Malafaia tomou a palavra, Bolsonaro adotou uma pose tipicamente militar: peito estufado e braços estendidos para trás, o presidente olhava fixamente para frente, em direção a um ponto fixo.
O pastor defendeu que o novo mandatário do País olhasse para o Nordeste, insinuando que os votos do PT na região eram garantidos com programas sociais. Clamou para que Bolsonaro transformasse o Nordeste com a tecnologia de Israel, e fez uma oração emocionada pedindo a Deus que cuidasse do Brasil.
“Israel é pior do que o semiárido do Nordeste. Quero deixar uma palavra aqui para esse povo nordestino, abençoado. Tem nordestino onde tudo que é lado desse Brasil fazendo a história nessa nação. E porque eles saíram do Nordeste? Porque esses corruptos, cínicos deram esmola para eles pensando que podem manipular a vida toda. Bolsonaro sabe que é possível resgatar o Nordeste, porque Israel tem uma das maiores produções agrícolas e podem fazer com que o Nordeste seja um centro agrícola do mundo. E ele não vai dar paliativo não. Ele vai mudar a história do nordeste. Nordestino vai esquecer do cara aí que dizia ser filho da terra”, afirmou.
Malafaia disse também que os dois já conversaram “muitas vezes” sobre a importância do estado laico e da importância da imprensa livre. “E também dizer a toda a imprensa que nós não estamos votando em candidato a Deus. Não estamos votando em alguém que vai fazer graça para evangélicos. Isso seria muito mesquinho. Nós estamos votando em alguém para mudar a história da nossa nação. Queria deixar isso bem claro e reafirmar que o estado é laico. E tem que ser mesmo. Agora, o estado é laico, mas não é laicista, não é contra religião”, disse Malafaia, que afirmou ainda. “Eu bati rapaz, bati com muita força naqueles que caluniaram e difamaram pela grande mídia. E Bolsonaro falou comigo que sem imprensa livre não existe democracia. Nós sabemos disso, o resto é falácia”, concluiu.
O pastor Silas Malafaia celebrou o casamento de Bolsonaro com Michele em 2013. Eles se desentenderam em 2017, após o pastor ser indiciado na Operação Timóteo, por lavagem de dinheiro em esquema de propina em cobrança de royalties da exploração mineral.
Durante a pré-campanha, o religioso apoiou a pré-candidatura de João Doria (PSDB). Somente quando o ex-prefeito de São Paulo saiu de vez da corrida presidencial, Malafaia voltou a se aproximar de Bolsonaro, por intermédio do senador Magno Malta (PR).
Com informações do Jornal O Globo.
Ao lado do religioso, Bolsonaro discursou por menos de cinco minutos. Aos gritos de “mito, mito” e diante de um templo cheio, garantiu aos fiéis que haviam eleito “uma pessoa comprometida com os valores da família cristã”.
Bolsonaro também agradeceu por ter sido salvo da facada desferida por Adélio Bispo de Oliveira – um milagre, segundo ele – e retomou o versículo que usou durante toda a campanha – conhecereis a verdade e ela vos libertará. Falando rapidamente sobre esse mote, arrancou aplausos ao afirmar. “O povo precisa saber a verdade, e a verdade dói”.
Provocou risadas no público ao lembrar o momento de sua decisão de concorrer ao Palácio do Planalto. “Também achei que pirei naquele momento”. O presidente eleito também agradeceu a Deus pela vitória nas urnas e disse não ser o mais preparado para a “missão”, mas que Deus capacita os escolhidos.
“Primeiro eu quero agradecer a Deus por estar vivo, pelas mãos de profissionais da saúde, de Juiz de Fora. Em São Paulo, Deus operou milagre. Depois quero agradecer a Deus por essa missão, porque o Brasil está em uma situação um tanto quanto complicada. Crise ética, moral e econômica. Eu tenho certeza que não sou o mais capacitado, mas Deus capacita os escolhidos”.
O compromisso não foi divulgado oficialmente por sua equipe, mas estava na boca das centenas de fiéis da denominação evangélica. Apesar de Malafaia, normalmente histriônico, tentar adotar um tom tranquilo, havia excitação no ar. “O Bolsonaro vem aqui? Tem muita polícia”, perguntou um fiel.
Não era para menos, a visita presidencial ao subúrbio mobilizou uma tropa de mais de 40 PMs e diversas viaturas. Além desse aparato, havia ainda a escolta de Bolsonaro, reforçada pela Polícia Federal após o atentado sofrido por ele no dia 6 de setembro.
Quando um obreiro avisou a Malafaia que o presidente eleito havia chegado, o pastor se aproximou e deu uma ordem em tom ríspido. Logo depois respirou fundo e anunciou: “vamos receber o presidente da República, Jair Bolsonaro”.
Todos se levantaram. Com celulares para o alto, todos filmando e fotografando, as centenas de evangélicos presentes cultuaram o novo presidente aos gritos de “mito”, enquanto outros repetiam “glória a Deus”. “E também dizer a toda a imprensa que nós não estamos votando em candidato a Deus”
O capitão da reserva terminou o discurso pedindo orações aos presentes. Quando Malafaia tomou a palavra, Bolsonaro adotou uma pose tipicamente militar: peito estufado e braços estendidos para trás, o presidente olhava fixamente para frente, em direção a um ponto fixo.
O pastor defendeu que o novo mandatário do País olhasse para o Nordeste, insinuando que os votos do PT na região eram garantidos com programas sociais. Clamou para que Bolsonaro transformasse o Nordeste com a tecnologia de Israel, e fez uma oração emocionada pedindo a Deus que cuidasse do Brasil.
“Israel é pior do que o semiárido do Nordeste. Quero deixar uma palavra aqui para esse povo nordestino, abençoado. Tem nordestino onde tudo que é lado desse Brasil fazendo a história nessa nação. E porque eles saíram do Nordeste? Porque esses corruptos, cínicos deram esmola para eles pensando que podem manipular a vida toda. Bolsonaro sabe que é possível resgatar o Nordeste, porque Israel tem uma das maiores produções agrícolas e podem fazer com que o Nordeste seja um centro agrícola do mundo. E ele não vai dar paliativo não. Ele vai mudar a história do nordeste. Nordestino vai esquecer do cara aí que dizia ser filho da terra”, afirmou.
Malafaia disse também que os dois já conversaram “muitas vezes” sobre a importância do estado laico e da importância da imprensa livre. “E também dizer a toda a imprensa que nós não estamos votando em candidato a Deus. Não estamos votando em alguém que vai fazer graça para evangélicos. Isso seria muito mesquinho. Nós estamos votando em alguém para mudar a história da nossa nação. Queria deixar isso bem claro e reafirmar que o estado é laico. E tem que ser mesmo. Agora, o estado é laico, mas não é laicista, não é contra religião”, disse Malafaia, que afirmou ainda. “Eu bati rapaz, bati com muita força naqueles que caluniaram e difamaram pela grande mídia. E Bolsonaro falou comigo que sem imprensa livre não existe democracia. Nós sabemos disso, o resto é falácia”, concluiu.
O pastor Silas Malafaia celebrou o casamento de Bolsonaro com Michele em 2013. Eles se desentenderam em 2017, após o pastor ser indiciado na Operação Timóteo, por lavagem de dinheiro em esquema de propina em cobrança de royalties da exploração mineral.
Durante a pré-campanha, o religioso apoiou a pré-candidatura de João Doria (PSDB). Somente quando o ex-prefeito de São Paulo saiu de vez da corrida presidencial, Malafaia voltou a se aproximar de Bolsonaro, por intermédio do senador Magno Malta (PR).
Com informações do Jornal O Globo.