sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Cariri e o Centro Sul do Ceará são os que mais sofrem com a seca




O Monitor das Secas, serviço de monitoramento da estiagem divulgado pelo governo federal, traz um alerta para o Ceará. De acordo com o acompanhamento mensal atualizado nesta última quinta-feira (16), apesar de chuvas acima da média em algumas áreas do Estado em julho deste ano, houve uma piora no grau de severidade. No Sul (Cariri) e Centro a condição se agravou, com aumento da seca grave e seca moderada.

Além disso, aponta o Monitor, no Norte do Ceará surgiu uma área de seca fraca. Por isso há a indicação de seca de curto prazo nessa região. Já no extremo noroeste do Estado, ainda permanece uma área sem seca.

O relatório mostra que, em apenas um mês, a situação se agravou. Comparando-se o gráfico atual com o do mês de junho, observa-se que numa ampla área na região Norte, são observadas condições sem seca relativa. Agora, a situação mudou.

O Monitor de Secas é um processo de acompanhamento regular e periódico da situação da estiagem no Nordeste, cujos resultados consolidados são divulgados por meio do Mapa do Monitor de Secas. Mensalmente informações sobre a situação são disponibilizadas até o mês anterior, com indicadores que reetem o curto prazo (últimos três, quatro e seis meses) e o longo prazo (últimos 12, 18 e 24 meses), indicando a evolução da seca na região.

O serviço tem como objetivo integrar o conhecimento técnico e científico já existente em diferentes instituições estaduais e federais para alcançar um entendimento comum sobre as condições de seca, como: sua severidade, a evolução espacial e no tempo, e seus impactos sobre os diferentes setores envolvidos. O Monitor facilita a tradução das informações em ferramentas e produtos utilizáveis por instituições tomadoras de decisão e indivíduos, de modo a fortalecer os mecanismos de monitoramento, previsão e alerta precoce.

No Brasil, o Monitor de Secas está sendo desenvolvido em uma base piloto com foco na região semiárida do país por um amplo grupo de especialistas e instituições brasileiros (entidades federais e estaduais, universidades e com a participação da sociedade civil). A iniciativa conta com o apoio financeiro do Banco Mundial e de parcerias internacionais com a Comissão Nacional da Água do México (Conagua), o Centro Nacional de Mitigação de Secas, dos Estados Unidos, além de instituições governamentais e acadêmicas da Espanha. Na sua mais nova fase, o Monitor conta com a Agência Nacional de Águas como instituição central do processo, sendo responsável pela coordenação ao nível federal e pela articulação com os estados da região, assim como, sua expansão para outros estados.

Classicação e impactos

Seca Fraca

Entrando em seca: veranico de curto prazo diminuindo plantio, crescimento de culturas ou pastagem. Saindo de seca: alguns décits hídricos prolongados, pastagens ou culturas não completamente recuperadas.

Seca Moderada

Alguns danos às culturas, pastagens; córregos, reservatórios ou poços com níveis baixos, algumas faltas de água em desenvolvimento ou iminentes; restrições voluntárias de uso de água solicitadas.

Seca Grave

Perdas de cultura ou pastagens prováveis; escassez de água comuns; restrições de água impostas.

Seca Extrema

Grandes perdas de culturas / pastagem; escassez de água generalizada ou restrições

Seca Excepcional

Perdas de cultura / pastagem excepcionais e generalizadas; escassez de água nos reservatórios, córregos e poços de água, criando situações de
emergência.

Fonte Adaptado do National Drought Mitigation Center, Lincoln, Nebraska, U.S.