Milhares de católicos celebram no fim da tarde e início da noite desta quinta-feira (31), na cidade de Milhã, a solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, para os católicos – presentes na Eucaristia (hóstia consagrada) – em latim, a festa de Corpus Christi. A informação é do Diário do Nordeste.
Impulsionados pela fé, centenas de voluntários montaram durante a madrugada o maior tapete do Ceará com mais de 300 peças confeccionadas em tecidos, com pó de serragem e casca de ovo. Neste ano, a novidade é que os tapetes ficaram maior com peças entre as duas igrejas – a Matriz e a antiga, menor, no Centro da cidade.
No fim da tarde, o pároco Ernandir Ferreira, da Paróquia de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, após celebrar missa solene, na Igreja Matriz, deu início à procissão de Corpus Christi, sobre os tapetes, conduzindo o ostensório. O sacerdote foi seguido por milhares de fiéis, em uma caminhada de fé, animada por orações e cânticos.
A caminhada seguiu até a igrejinha antiga onde houve a bênção do Santíssimo Sacramento.
“Na Eucaristia se comunica o amor de Deus por nós”, pontuou o sacerdote. “É um amor infinito que nos alimenta, nos dá força e reafirma a nossa fé na presença do corpo e do sangue de Cristo”. Para os católicos, a festa religiosa tem por base o mistério da Eucaristia que, para os fiéis, é o próprio corpo de Cristo.
O grupo de voluntários começou a montar o extenso tapete na noite desta quarta-feira e se estendeu até a manhã desta quinta-feira, feriado. “Durante o dia, o sol e o calor impedem o serviço, por isso a gente monta as peças durante a madrugada”, explicou a voluntária, Ana Cláudia Alves.
Desde 2016 que algumas peças são feitas em tecido para evitar que a chuva possa estragar todo o trabalho. Há dez anos que um grupo de voluntários começou a confeccionar o tapete para a procissão de Corpus Christi, por incentivo do então pároco, João Teixeira. A ideia permanece.
Os católicos participaram da festa que é celebrada em todas as paróquias num clima de alegria e de emoção. “Essa é a nossa fé e a nossa motivação”, disse a aposentada Francisca Oliveira. A festa na Igreja Católica começou no século XIII, como forma de dar visibilidade ao dogma da presença do corpo de Cristo na eucaristia.
A cidade de Milhã participa de forma coletiva do esforço voluntário. As ruas ficam interditadas para o tráfego de carros e motos. Os comerciantes respeitam o feriado e fecham as suas lojas. No decorrer da manhã e da tarde, um pouco antes da procissão, observa-se dezenas de pessoas dando os últimos retoques, fazendo consertos, arrumando algumas peças, mesmo que instantes depois, tudo será destruído pelos passos dos peregrinos. “A gente faz para agradar a Deus e isso nos torna felizes”, disse a estudante, Luíza Soares.
A paróquia de Milhã integra a diocese de Iguatu.