sexta-feira, 18 de maio de 2018

Café pode diminuir risco de câncer de próstata em mais de 50%, diz estudo

Uma pesquisa realizada por três institutos italianos, sendo um deles o Instituto Neuromed (importante instituto neurológico da Itália), concluiu que tomar três xícaras de café por dia pode reduzir em mais de 50% o risco de câncer de próstata.

De acordo com o estudo publicado na revista "International Journal of Cancer", é melhor que a bebida não seja descafeinada e também seja preparada "à italiana": ou seja, um espresso puro, com alta pressão e temperatura da água bem elevada. 

Os pesquisadores italianos estudaram o consumo de café de cerca de 7 mil homens. "Analisando os costumes relativos ao consumo de café e os casos de câncer de próstata registrados na amostra, pudemos evidenciar uma diminuição do risco, de 53%, nas pessoas que bebiam mais de três xícaras por dia", disse George Pounis, especialista do Neuromed e chefe do estudo. 

Em outra etapa do experimento, os pesquisadores testaram como os extratos de café agiam nas células de tumores em proveta. Os extratos com cafeína mostraram capacidade de reduzir significativamente o crescimento de células cancerígenas. Essa capacidade diminuiu bastante quando foram testados extratos de café descafeinados, indicando que o efeito benéfico é devido à cafeína em si, mais do que outras substâncias presentes na bebida. 

"O nosso estudo indica que os consumidores habituais de café, que bebem mais de três xícaras por dia, têm menores probabilidades de ter tumores na próstata", afirma Francesco Facchiano, um dos especialistas envolvidos na pesquisa.

Facchiano, no entanto, alerta para os excessos do consumo de café. "Naturalmente, é bom que os excessos sejam evitados", diz, lembrando que o alto consumo pode ter efeitos negativos. 

A pesquisadora Licia Iacoviello, outra especialista envolvida no estudo, alerta que a população analisada bebe café rigorosamente "à italiana", e que este método é diferente de outras áreas do mundo, o que pode determinar que o café preparado na Itália, com alta pressão e temperatura da água bem quente, pode "determinar uma maior concentração de substâncias bioativas".

Ou seja, os preparos feitos em outros países, como o tradicional método com coador no Brasil, talvez não tenham os mesmos benefícios. 

Com informações da agência de notícias Ansa