| Morte de tilápias em gaiolas traz prejuízo aos piscicultores. Foto: Honório Barbosa |
Cerca de 90 mil tilápias criadas em gaiolas no Açude Rosário, zona rural de Lavras da Mangabeira, morreram em decorrência da falta de oxigenação na água do reservatório. A mortandade ocorreu na última terça-feira. O pescado morto já começou a ser retirado dos tanques-rede e enterrados próximo à margem do reservatório.
De acordo com o gerente regional do escritório da Ematerce, em Lavras da Mangabeira, o prejuízo estimado é de 30 toneladas de pescado e cerca de R$ 200 mil. A mortandade atingiu 17 famílias de pisicultores, que formam uma associação comunitária. A mortandade atingiu 35 gaiolas em quatro lotes.
“Só não morreram os alevinos de até 15 dias”, frisou Correia.
O clima na comunidade é de tristeza e preocupação entre os piscicultores mediante o prejuízo e a perda de receita mensal com a atividade. O açude acumulava 11%, mas obteve recarga e está com 40%.
“Pode ter ocorrido uma inversão térmica, que é comum nessa época do ano, associada à queda de oxigenação da água por causa do acúmulo de matérias orgânicas”, disse Correia.
Não desistir
O piscicultor Cícero José Machado disse que a associação comunitária foi criada em 2005, iniciando a atividade de piscicultura. “Essa foi a primeira vez que morreram peixe aqui no Rosário em grande quantidade”, contou. “Enterramos todo o pescado nesta quarta-feira e agora vamos atrás de unir forças, apoio do governo para recomeçar porque não podemos ficar parados”.
Machado disse que a água sem oxigenação que estava no fundo do açude subiu por causa da inversão térmica, provocando a morte do pescado e acredita que a recarga do açude que encobriu vegetação também contribuiu para o fenômeno. “Veio tudo de uma vez só”, disse.
Cada família de piscicultor tem uma renda mensal média de R$ 2 mil.
Tecnologia
Esse é mais um caso de mortandade que atinge criatórios de tilápia nos açudes do Ceará. Outros ocorreram no Orós, Castanhão e em outros reservatórios, mostrando que há necessidade de se implantar tecnologias de aeração das gaiolas, medição do nível de oxigenação da água.
Projeto São José
A Associação dos Piscicultores do Rosário foi beneficiada com um projeto São José III que deve liberar cerca de R$ 800 mil para aquisição de kit tecnológico com medidor de temperatura e oxigenação da água e aquisição de aeradores e de novas gaiolas, maiores, para dar mais espaço para o pescado. As gaiolas atuais são pequenas 2 metros por dois metros, com 1,20 m de profundidade.
Fonte Diário do Nordeste