quinta-feira, 8 de junho de 2017

Cearenses desenvolvem gel cicatrizante à base de sementes de fruta-pão e da flor-de-pavão

O doutorando Felipe Sousa e a professora Ana Cristina desenvolvem pesquisa para desenvolver gel cicatrizante
Uma pesquisa vem sendo desenvolvida pelo curso de pós-graduação em Farmácia, da Universidade de Fortaleza (Unifor), e promete desenvolver um gel cicatrizante que tem como base a semente da fruta pão e da flor de pavão. O projeto é desenvolvido pelo Núcleo de Biologia Experimental (Nubex) e deve ajudar pacientes com processo de cicatrização mais longo e complicado, nas chamadas feridas crônicas.

O gel é destinado a pessoas com diabetes Mellitus, hanseníase e alcoolismo, por exemplo. A pesquisa se deu a partir de macromoléculas extraídas de sementes da fruta-pão (Artocapus incisa) e flor-de-pavão (Caesalpinia pulcherrima), que possuem ação cicatrizante. “Trabalhamos com a fruta-pão há mais de 20 anos, pesquisando a proteína presente na semente, que tem um efeito cicatrizante. Em combinação com do polissacarídeo presente na semente da flor-de-pavão, o efeito tem sido bem maior nos experimentos”, aponta Ana Cristina Moreira, professora do curso de graduação em Farmácia e do mestrado em Ciências Médicas, da Unifor, e do doutorado da Rede Nordeste de Bioteconologia (Renorbio), em Recife (PE).

O projeto conta com o apoio da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap) por meio do edital Programa Pesquisa para o SUS (PPSUS). A pesquisa é a tese de doutorado em Farmácia do estudante Felipe Santos.

A ideia surgiu ainda em 2012, com a tese de doutorado da professora Ana Moreira, com proteínas de outra fruta, a jaca. “Ela descobriu que a semente de jaca tinha um padrão semelhante com a fruta-pão e com a flor de pavão. A proteína frutalina é encontrada na fruta-pão é capaz de reduzir a dor e tem um efeito protetor”, informa Felipe Santos.

Outras pesquisas
O estudante explica que ainda está sendo investigando o mecanismo no qual a proteína apresenta a propriedade de cicatrização sem nenhum efeito colateral em camundongos no período de experimento, que foi de 15 dias. De acordo com a coordenadora do projeto, professora Cristina Moreira, a pesquisa visa o desenvolvimento de novas e mais eficazes formulações para o tratamento de feridas crônicas a partir de biomoléculas isoladas de sementes da fruta e da flor. A combinação, segundo a professora, torna o processo de cicatrização mais eficiente: testes feitos em camundongos comprovaram essa melhora no processo até o 7° dia, após o tratamento.

Segundo Cristina Moreira, a equipe tem como meta finalizar o plano de negócios para viabilizar a produção e a comercialização do medicamento no segundo semestre deste ano. 


Fonte O Povo