sexta-feira, 31 de março de 2017

Com graves problemas financeiros, três hospitais do Cariri receberão aporte de R$ 10,9 milhões

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Os três maiores hospitais deste município, referência para mais de 60 cidades do Ceará e Estados vizinhos, que enfrentam uma grave crise financeira há meses, devem receber, juntos, aporte superior a R$ 10 milhões, conforme anunciou na manhã desta sexta-feira (31), o senador Eunício Oliveira (PMDB). A informação foi repassada pelo presidente do Congresso Nacional durante uma manifestação realizada por populares, funcionários e diretores das três unidades de saúde, que percorreu as principais ruas da cidade. 


Eunício Oliveira anunciou a liberação de R$ 10,9 milhões para as três unidades de saúde (Foto Henrique Macedo)

De acordo com Eunício, o Hospital do Coração do Cariri, Hospital São Vicente de Paulo e Hospital Santo Antônio, receberão R$ 10,9 milhões, destinados em R$ 10,472 milhões para serviços de oncologia e R$ 519 mil para cardiologia. Segundo explicou, esses recursos federais são valores liberados de forma extraordinária, devido às dificuldades enfrentadas pelos hospitais.

“Fui procurado em Brasília pelo prefeito Argemiro, pela irmã Rosa e pelos diretores das unidades, que informaram das dificuldades e da possibilidade inclusive de fechamento. Fui ao presidente Michel Temer, que determinou ao Ministério da Saúde o pronto atendimento da demanda. Agora, vidas serão salvas com esses recursos, que não são muitos, mas que serão providenciais para o atendimento da população de toda a região”, declarou Eunício.

Crise

De acordo com o secretário-executivo do Hospital Maternidade São Vicente de Paulo (HMSVP), Antônio Ernani de Freitas, desde agosto passado o hospital não recebe a verba de R$ 250 mil do SUS. O não repasse do valor por parte do Ministério da Saúde gerou uma dívida de R$ 1,5 milhão que afetou diretamente diversos setores do Hospital, conforme relata. “Estamos operando há meses acima do nosso teto. Isso é, atendemos mais pacientes do que recebemos verba para tal. Ao longo dos meses, isso acarretou grandes prejuízos. Estamos em atraso com fornecedores de medicamentos e alimentos, os médicos estão sem receber desde dezembro e a situação só piora”, descreve.

O efeito da crise financeira foi a redução nos atendimentos do pronto socorro e em outros setores, como na radioterapia, onde há uma fila de pacientes para serem atendidos. Essas pessoas estão esperando para morrer. É uma situação grave”, pontuou Ernani. No Hospital do Coração, a situação é igualmente preocupante. O teto de atendimento está fixado em R$ 272 mil, valor inferior à ampla demanda da unidade. Segundo o diretor de projetos, Egberto Santos, o hospital tem operado com déficit mensal de R$ 90 mil. 


“Esse valor seria ainda maior caso não tivéssemos freado um pouco os atendimentos. Portanto, o acumulo é grande. Mais de R$ 2 milhões sem receber. O ideal seria recebermos o dobro desse teto. Vale frisar que esses três hospitais são referência de atendimento”.

Dentre as três unidades, o Hospital Santo Antônio é o que apresenta um quadro menos crítico, apesar de também ter baixa destinação de recursos. De acordo com os diretores dos hospitais, que juntos atendem 1.500 pessoas por dia, “há dez anos não há reajuste na tabela de repasse dos SUS”.



Fonte Diário do  Nordeste