domingo, 23 de outubro de 2016

Lei que proíbe vaquejada é seguida no interior; festa em Solonópole é cancelada

Para STF vaquejada causa maus tratos aos animais e, por isso, deve ser proibida (Foto: arquivo/Kid Júnior)

Solonópole. A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em proibir a realização de vaquejadas no Ceará começa a surtir efeitos. Neste Município da região Central cearense o empresário Aníbal Pinheiro cancelou uma vaquejada que estava marcada para acontecer nos próximos dias 28, 29 e 30 de outubro. O filho do empresário, Aníbal Pinheiro Filho, confirmou a informação.


Aníbal Filho contou que “questões pessoais” foram levadas em conta para que decidissem não realizar a festa, mas disse que o cumprimento das ordens judiciais estariam entre as razões. A vaquejada de Solonópole aconteceria no parque Lucileda Pinheiro e daria aos vaqueiros R$ 50 mil em prêmios. De acordo com a divulgação da festa, esta seria a segunda vez que a vaquejada acontecia.

Em grupos de WhatsApp da região circulou uma nota, como sendo a de Aníbal, confirmando o cancelamento da festa. “Estamos todos empenhados pela mesma causa e voltados exclusivamente ao nosso evento de Brasília”, dizia a nota.

Mobilização

Na tarde da última quinta vaqueiros do Estado iniciaram uma peregrinação saindo de Fortaleza à Brasília onde, no próximo dia 25, devem se reunir para fazer um protesto contra a decisão. No Ceará a vaquejada era regulamentada por uma lei que a tratava como prática esportiva e cultural. Com a decisão do Supremo a lei perde sua validade e a prática se torna proibida. Vaqueiros se concentraram no Clube do Vaqueiro, em Fortaleza, onde saíram em comboio. Eles passaram pelos municípios de Eusébio, Caucaia e Canindé.

Fiscalização no interior
Na semana passada promotores das comarcas municipais que atuam na área do meio ambiente e controle urbano, receberam uma orientação do Centro de Apoio Operacional de Proteção à Ecologia, Meio Ambiente, Urbanismo, Paisagismo e Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (Caomace), do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), para que fiscalizem e coíbam vaquejadas que estiverem sendo organizadas para acontecer mesmo com a proibição.

De acordo com Jaqueline Faustino, promotora e coordenadora do Caomace, daqui pra frente, caso as festas aconteçam, os organizadores de vaquejada serão penalizados, tendo em vista que a prática passa a ser considerada crime ambiental. “Ele pode responder a um processo crime. porque vai estar realizando um evento tendo plena consciência de que é um crime ambiental. Ele não poderá dizer num segundo momento que não sabia”, enfatizou.




Fonte Diário do Nordeste