Quixadá. A notícia do fechamento da unidade de produção de biocombustíveis da Petrobras deste Município, distante cerca de 170 km de Fortaleza, já provoca tensão em funcionários e temor aos comerciantes da região. Pelo menos cerca de 120 trabalhadores terceirizados devem ser demitidos da unidade. O encerramento nas atividades deve acontecer por etapas, a partir do mês que vem, conforme informou a Petrobras em nota.
Desde o último final de semana, a usina já tem a sua rotina e trabalho alterada. Funcionários que pediram para não ser identificados, disseram que o clima é de desespero entre trabalhadores. Muitos deles estariam na unidade desde que ela foi aberta. "Teve gente que chegou a chorar depois que recebeu a notícia porque sabia que seria demitido", revelou a fonte.
Reuniões internas
Segundo a reportagem apurou, na última quinta (6) e sexta-feira (7), dirigentes da Petrobras do Rio de Janeiro chegaram em Quixadá e iniciaram uma sessão de reuniões internas. O comunicado veio na sexta. Muitos ficaram abatidos com a decisão. Uma das razões para o encerramento das operações seria a seca, que castiga o Ceará já há cinco anos seguidos e que nas cidades da região Central, como em Quixadá, agem ainda mais forte.
Em junho, em reportagem especial, o Diário do Nordeste mostrou que apesar do incentivo dado aos trabalhadores rurais quixadaenses no início das atividades da PBio, o total de matéria prima oriunda de canteiros da região para fabricação de biocombustível não corresponderia nem a 1% do que era necessário. O fenômeno teria prejudicado a produção de matéria prima por trabalhadores locais.
Profissionais
Aqueles que são funcionários da própria empresa devem ser realocados para outras unidades, conforme esclareceu a Petrobras. Já os terceirizados, que correspondem pela maioria dos funcionários, a expectativa é que eles sejam demitidos. Rogério Pordeus Freire, 39, conta que trabalha na unidade de Quixadá desde quando o local era apenas um terreno plano. Com mais de dez anos de trabalho, ele diz ter conseguido comprar até a própria casa graças ao salário que ganha. "A gente não sabe como vai sobreviver aqui porque emprego é escasso. Isso daqui garantia o sustento de muita gente", diz Rogério.
Fonte Diário do Nordeste