sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Cão de “Dez Dez” ainda hoje aguarda o seu dono no lugar onde ele foi assassinado em Juazeiro do Norte

Cão de “Dez Dez” permanece no local onde o mesmo foi morto. (Foto: Reprodução/Whatsapp)

 
Assassinado na noite da última terça-feira (23) em Juazeiro do Norte, Cícero Zeneíldo Bento de Oliveira, de 42 anos, o “Dez Dez” sempre saía perambulando pelas ruas da cidade acompanhado do seu cão vira lata. Às vezes, ocorria um desencontro em meio a peregrinação, mas o reencontro sempre acontecia na hora em que os dois costumavam se recolher num mesmo espaço na calçada da Inboplasa, no cruzamento da Avenida Leão XIII com a Rua Padre Cícero no bairro Salesianos, como se fora combinado.

Tinha muita alegria sim, mas, logo, o cansaço que tomava conta dos dois amigos os envolvia num sono reparador. Foi durante uma dessas dormidas que o morador de rua terminou assassinado com cinco tiros de revólver por dois homens que ali chegaram numa moto. Os tiros ceifaram a vida de “Dez Dez”, mas não conseguiram destruir o amor que o seu cãozinho tinha por ele. Até para o pessoal da Perícia Forense remover o cadáver foi difícil.

Sem entender o que estava se passando e perto de uma enorme poça de sangue, "Vasco", como é chamado, não queria deixar ninguém se aproximar como se pretendesse dizer: “dele cuido eu, pois sempre fomos assim”. Com habilidade, o corpo foi retirado, mas o cãozinho ficou ali esperando que trouxessem de volta o seu inseparável tutor. Moradora do bairro, Rose Rodrigues é uma das testemunhas da tristeza do animal e postou foto em sua conta no face book dizendo que ele tinha ficado órfão com o covarde assassinato do dono.

Toda noite, na hora em que “Dez Dez” costumava chegar, o cão se levanta e fica olhando para os lados. Até caminha um pouco à procura e, depois, se deita mais uma vez aparentemente convencido que a dor da saudade é proveniente do amor que fica. O sono já não é tão reparador, as caminhadas já não tem mais a alegria de antes e a falta de apetite parece desafiar a debilidade orgânica do animal que padece em virtude da ausência do seu fiel companheiro.







Fonte Site Miséria