sábado, 30 de julho de 2016

Mais de 1.200 celulares são apreendidos após rebeliões


Já passa de mil o número de celulares apreendidos nos presídios da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) desde a explosão das rebeliões nas unidades, no último dia 21 de maio. As ações desenvolvidas pela Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus) resultaram na retomada gradativa das unidades, que seguem sendo reformadas. A Pasta estima que até o fim do mês de setembro tenha retomado todo o controle do Sistema.

Conforme números apresentados pela Sejus, foram 1.295 celulares apreendidos nos presídios da RMF, em ações desenvolvidas por agentes penitenciários, com apoio da Polícia Militar, desde o mês de junho.

Em 21 de maio, com a deflagração da greve dos agentes penitenciários, mesmo contrariando determinação judicial que considerava a paralisação ilegal, as visitas dos presos foram impedidas de entrar nas unidades.


O encontro, considerado pelos internos como momento 'sagrado', ao ser impedido, gerou revolta nas celas. Grades foram arrancadas, colchões foram queimados. Em meio ao caos, 14 presos foram assassinados.

O governador Camilo Santana pediu, à época, reforço ao Ministério da Justiça (MJ), que enviou mais de 100 agentes da Força Nacional de Segurança (FNS). A tropa, no entanto, deixou o Estado em 27 de junho, antes da previsão, que era 15 de julho, para atuar nas Olimpíadas, no Rio de Janeiro.

Passados dois meses desde os eventos, as unidades penitenciárias vivem dias mais calmos. As ações realizadas pela Sejus capturaram diversos materiais ilícitos que os presos escondiam.

No mês de junho, duas semanas após os incidentes, as operações foram iniciadas. Na Casa de Privação Provisória de Liberdade Professor José Jucá Neto (CPPL III), em Itaitinga, foram encontrados 230 celulares. Os objetos foram apreendidos por agentes penitenciários da Sejus e policiais militares do Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque).

Outros 129 aparelhos celulares foram localizados, ainda naquela semana, na Casa de Privação Provisória de Liberdade Agente Elias Alves da Silva (CPPL IV). A operação foi realizada por agentes penitenciários da Força Integrada Penitenciária de Intervenção (Fipi).

Em julho, 510 celulares foram localizados na Unidade Prisional Agente Luciano Andrade Lima, conhecida como CPPL I. Os agentes penitenciários, com apoio da PM, ainda capturaram mil chips, três quilos de drogas e carregadores de celular.

Na última segunda-feira (25), investidas foram realizadas, desta vez, na Unidade Prisional Desembargador Francisco Adalberto Barros de Oliveira Leal, (antiga CPPL do Carrapicho) por agentes da Fipi. Até a sexta-feira (29), foram 426 celulares apreendidos, além de aproximadamente um quilo de drogas, cossocos (facas artesanais), chips de telefone celular e bebida alcoólica.

O titular da Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado (Sejus), Hélio Leitão, ressaltou, em nota, que todas as unidades danificadas com as rebeliões de maio estão em obras atualmente. Além disso, um novo procedimento de disciplina está sendo implantado nessas unidades.

"Investimos em tecnologia de segurança para qualificar a vistoria de entrada dos visitantes, adquirindo scanners corporais para todas as grandes unidades prisionais do Estado, agora fortaleceremos as ações dentro das unidades para coibir o uso de ilícitos", afirmou.




Fonte Diário do Nordeste