domingo, 31 de julho de 2016

'Faria tudo de novo para salvar meus netos', diz idosa atropelada no Ceará


Maria de Fátima, senhora atropelada em Fortaleza para salvar os dois netos, relatou na sexta-feira (29) que empurrou os familiares para fora da pista, evitando que eles fossem atingidos diretamente pelo motorista que trafegava sob efeitos de bebidas alcoólicas, segundo a polícia. A avó e os dois netos estavam a caminho da igreja na quarta-feira (27) quando sofreram o acidente.

"Quando o carro veio em alta velocidade a gente estava parado, em pé. Eu vi quando ele veio para cima da gente. Eu disse, 'Raiane ele não vai parar o carro não'", conta a dona de casa Maria de Fátima Lima.

Maria de Fátima e as duas crianças foram levadas ao Instituto Dr. José Frota (IJF), onde receberam atendimento e foram liberadas. Na memória e no corpo estão as marcas de mais um caso de violência no trânsito. "Eu faria tudo de novo para salvar a vida dos meus netos. Deus me deu forças para empurrar o carrinho para eles não sentirem o que eu senti”.

A primeira reação da avó foi tentar salvar a vida dos netos. "Eu senti que empurrei o carrinho, só que com a força que eu empurrei não deu para jogar os dois para longe. O carro bateu e rebolou nós três", diz. A agilidade da avó salvou a família. "Eu caí com o rosto na pista me virei bem ligeiro. Senti a quentura do carro passara ao lado do meu rosto. Se eu não tivesse me virado, o carro tinha passado por cima da minha cabeça".

Motoristas preso
O carpinteiro que dirigia o veículo foi preso após atropelar a mulher e dois netos. José Idamar do Nascimento tentou fugir após o acidente, mas foi levado para a delegacia do Bairro Jangurussu por testemunhas do atropelamento. Segundo a polícia, exames comprovaram que ele havia bebido. O acidente ocorreu na Rua Lucano Alves, no Parque Santa Filomena.

O filho conta como o motorista chegou à delegacia após ser levado pelos moradores. “O que me deixou indignado é a questão dele chegar lá e chorar. Chorando, falou para a delegada que estava sendo preso injustamente, que não tinha feito nada e que não queria ficar preso”, relata Cleiton Lima, pai de uma das crianças.






Fonte G1 Ceará